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pode quebrar
Estudo realizado com mais de 16 mil pacientes relaciona insuficiência cardíaca a maior risco de fraturas ósseas
JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma pesquisa publicada na edição deste
mês do "Circulation", periódico da
AHA (American Heart Association), apontou relação entre
ICC (insuficiência cardíaca
congestiva), problema crônico
de mau funcionamento do coração que leva a um bombeamento de sangue mais fraco, e o
risco elevado de fraturas ósseas. Esse é o primeiro estudo
que relaciona essa doença a
maiores chances de quebra de
ossos, de acordo com o coordenador da pesquisa, Justin Ezekowitz, da Universidade de Alberta, no Canadá.
Depois de os pesquisadores
eliminarem outros fatores de
risco, indivíduos com ICC
apresentaram quatro vezes
mais chances de sofrer fraturas
e, especialmente, seis vezes
mais risco de fraturas no quadril do que pacientes com outros problemas cardíacos. Foram avaliados 16.294 pacientes
com doenças do coração que se
apresentaram em prontos-socorros de Alberta de 1998 a
2001 -mais de 2.000 deles,
com idade média de 78 anos, receberam diagnóstico de ICC.
Para Rui Fernando Ramos,
diretor do Funcor (Fundo de
Aperfeiçoamento e Pesquisa
em Cardiologia, ligado à Sociedade Brasileira de Cardiologia),
a pesquisa chama a atenção pelo tamanho da amostra considerada e pela nova hipótese que
apresenta, mas tem limitações.
"O estudo aponta uma nova direção, mas não foram excluídos
pacientes que já tinham osteoporose, por exemplo, e a idade
média dos avaliados já aumenta
o risco desse problema", diz.
Os pesquisadores ainda não
conseguiram estabelecer os
mecanismos que levam ao
maior risco de fraturas e dizem
que são necessários novos estudos. Ainda assim, pensam que
estejam relacionados à má absorção de cálcio e de vitamina D
pelo organismo e à pouca prática de exercícios físicos, fatores
que contribuiriam para o enfraquecimento dos ossos.
De fato, a doença limita a prática de atividades físicas em diferentes níveis de acordo com
sua a gravidade -pacientes
com com insuficiência cardíaca
grave não conseguem nem caminhar, pois sentem fadiga.
"Pode haver uma porose óssea por desuso, já que esses pacientes não conseguem se exercitar", afirma o ortopedista Ricardo Cury, diretor do comitê
de cirurgia do joelho da Sociedade Brasileira de Ortopedia e
Traumatologia. Somado à idade do paciente, outro fator de
risco, esse fato poderia causar
fraturas sem necessidade de
um trauma -um movimento
abrupto já levaria à quebra de
um osso. De acordo com Cury, a
fratura na área do fêmur próxima à parte baixa da bacia é uma
das mais comuns, especialmente nas 6ª e 7ª décadas de vida e
em mulheres.
Segundo Ezekowitz, pessoas
que sofrem dessa doença deveriam fazer exames periódicos
para detecção de osteoporose.
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