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Malhação exagerada pode afetar a saúde
A dependência de exercícios físicos é
uma espécie de compulsão, embora ainda não seja considerada um distúrbio. O
professor de educação física Daniel Alves
Rosa defendeu uma tese de mestrado na
Unifesp sobre os malhadores compulsivos e constatou que, em geral, eles apresentam problemas de distorção da imagem corporal, assim como acontece nos
casos de anorexia nervosa.
Nem todos os compulsivos por exercício são considerados dependentes. A dependência ocorre quando a malhação
prejudica as relações interpessoais e gera
mudanças de comportamento. Em alguns casos, o excesso de exercícios provoca danos à saúde, como lesões em
músculos e articulações.
Outro sintoma da dependência é a crise
de abstinência. "Longe da academia, essas pessoas sentem-se irritadas e ansiosas", afirma Rosa.
Há indícios de que a dependência de
exercícios físicos esteja relacionada a fatores bioquímicos, explica Rosa. Durante
a prática da atividade física, ocorre uma
liberação maior de dopamina e beta-endorfina, neurotransmissores associados
à sensação de prazer. O pesquisador registrou altas taxas desses neurotransmissores no organismo de pessoas que se
exercitavam diariamente ou pelo menos
seis vezes por semana.
A compulsão por exercícios não se restringe às academias. A prática de esportes
radicais também pode ser foco de uma
compulsão. "A busca por fortes sensações é o que atrai as pessoas a esses esportes", diz Daniel Fuentes, neuropsicólogo
do Hospital das Clínicas. Essa procura
pode ser tão intensa que a prática de esportes como rafting, alpinismo ou rapel
deixa de ser saudável.
Segundo Fuentes, é comum uma pessoa trocar de esporte radical para aumentar o desafio. "O problema é que pessoas
compulsivas se descuidam, e a atividade
deixa de ser segura. Elas perdem a noção
do perigo", afirma.
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