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Desejo sem limite abala relacionamentos
O desejo sexual é um dos instintos humanos mais fortes. A incapacidade de
dominar esse instinto pode ser sintoma
de compulsão.
O psiquiatra Aderbal Vieira Júnior,
coordenador do Ambulatório de Sexo
Patológico do Proad, sugere dois critérios
para o diagnóstico da compulsão sexual.
Primeiro, saber se a pessoa sente culpa ou
arrependimento pelo que faz. Segundo,
identificar se seus atos causam algum tipo de prejuízo.
A atitude compulsiva pode desgastar
relacionamentos afetivos e provocar
rompimentos. "Os dependentes de sexo
não conseguem se controlar e, por isso,
são discriminados", afirma Vieira.
Como quem necessita lavar as mãos várias vezes ao dia para acreditar que elas
estão limpas, os indivíduos sexualmente
compulsivos precisam da relação sexual
para conseguir alívio, compara a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade (Prosex), do Instituto de
Psiquiatria do HC.
A compulsão sexual afeta de 2% a 3%
da população mundial. Os homens sofrem mais de compulsão sexual do que as
mulheres, mas não apenas por razões
culturais e sociais. Alguns estudos científicos apontam o hormônio masculino
testosterona como elemento determinante do comportamento sexual compulsivo dos homens.
Como os alcoólatras, os jogadores e os
viciados em comida, os dependentes em
sexo têm buscado o caminho do tratamento em grupo. O Dasa (Dependentes
de Amor e Sexo Anônimos), inspirado
em uma organização norte-americana de
auxílio a compulsivos sexuais, foi criado
há seis anos.
O objetivo principal do Dasa é tentar
reverter a compulsão por meio de depoimentos, intercâmbio de experiências e
cooperação entre os associados. A entidade promove reuniões semanais em várias cidades, em diferentes Estados.
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