São Paulo, quinta-feira, 24 de janeiro de 2002
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Desejo sem limite abala relacionamentos

O desejo sexual é um dos instintos humanos mais fortes. A incapacidade de dominar esse instinto pode ser sintoma de compulsão.
O psiquiatra Aderbal Vieira Júnior, coordenador do Ambulatório de Sexo Patológico do Proad, sugere dois critérios para o diagnóstico da compulsão sexual. Primeiro, saber se a pessoa sente culpa ou arrependimento pelo que faz. Segundo, identificar se seus atos causam algum tipo de prejuízo.
A atitude compulsiva pode desgastar relacionamentos afetivos e provocar rompimentos. "Os dependentes de sexo não conseguem se controlar e, por isso, são discriminados", afirma Vieira.
Como quem necessita lavar as mãos várias vezes ao dia para acreditar que elas estão limpas, os indivíduos sexualmente compulsivos precisam da relação sexual para conseguir alívio, compara a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade (Prosex), do Instituto de Psiquiatria do HC.
A compulsão sexual afeta de 2% a 3% da população mundial. Os homens sofrem mais de compulsão sexual do que as mulheres, mas não apenas por razões culturais e sociais. Alguns estudos científicos apontam o hormônio masculino testosterona como elemento determinante do comportamento sexual compulsivo dos homens.
Como os alcoólatras, os jogadores e os viciados em comida, os dependentes em sexo têm buscado o caminho do tratamento em grupo. O Dasa (Dependentes de Amor e Sexo Anônimos), inspirado em uma organização norte-americana de auxílio a compulsivos sexuais, foi criado há seis anos.
O objetivo principal do Dasa é tentar reverter a compulsão por meio de depoimentos, intercâmbio de experiências e cooperação entre os associados. A entidade promove reuniões semanais em várias cidades, em diferentes Estados.


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