São Paulo, quinta-feira, 24 de novembro de 2005 |
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Ingrediente Castanha-do-pará é rica em selênio
RACHEL BOTELHO
Presente nas listas de "superalimentos", a castanha-do-pará tem selênio, proteínas, ácidos graxos, fibras, vitaminas e outros minerais.
"Sem dúvida, é um alimento funcional, que pode fazer parte de uma dieta saudável, mas não gosto de usar essa expressão
porque fica parecendo que é possível viver
apenas de castanha", diz Miyoko Nakasato,
nutricionista do Incor (Instituto do Coração).
Segundo o "Manual de Nutrientes - Prevenção das Doenças através dos Alimentos" (ed. Vozes), da nutricionista Eronita de Aquino Costa, os ácidos graxos encontrados na castanha corrigem males da pele e do cabelo e auxiliam no metabolismo lipídico, enquanto a vitamina E e o magnésio ajudam a elevar a taxa do colesterol HDL, protegendo as artérias e a circulação sangüínea. Nakasato explica, porém, que o ideal é usar a gordura benéfica das sementes oleaginosas em substituição a outras gorduras. "As pessoas tendem a achar que o alimento é milagroso e o acrescentam à dieta, contribuindo para a obesidade", diz. Em seu doutorado na USP, a nutricionista Vanessa Coutinho acompanhou esportistas que consumiram uma unidade diária de castanha-do-pará durante três meses e comprovou que a quantidade é suficiente para elevar as taxas de selênio a patamares adequados. "Ele é um antioxidante muito importante, pois, com a vitamina E, protege as células dos danos provocados pelos radicais livres", afirma Silvia Cozzolino, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. Vale lembrar que o selênio, quando ingerido regularmente em grande quantidade, pode ser tóxico. Uma castanha possui 150 mcg do mineral, e a quantidade máxima recomendada é 400 mcg ao dia. A castanha-do-pará é a semente do ouriço, fruto da enorme Bertholettia excelsa, árvore originária do norte do Brasil e presente em toda a Amazônia. As castanhas são colhidas quando o ouriço -semelhante a um coco- cai. Dentro dele, 12 ou 24 castanhas ficam dispostas como gomos de mexerica, cobertas individualmente por uma casca resistente. Segundo o "Pequeno Dicionário da Gula", de Márcia Algranti, a semente -conhecida por "Brazil nuts" no exterior- recebe outros nomes em sua região de origem: tocari, juviá e tururi. Ainda de acordo com a pesquisadora, da castanha ralada e misturada com água se obtém o "leite de castanha", ingrediente com o qual são preparadas diversas receitas típicas da região Norte do Brasil. Texto Anterior: 15 truques comentados para fazer as crianças dormirem Próximo Texto: Torta de castanha-do-pará Índice |
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