O garoto começa a passar mais tempo no telefone, a menina não larga o celular nem para tomar banho e as conversas com as amigas ganham um tom de sussurro.
Diante de tal conjunto de evidências, muitos pais não seguram a curiosidade e perguntam: "Quando vamos conhecer o fulano?"
O questionamento parece inofensivo, mas pode ser fonte de conflito entre as duas gerações. Nem todos os adolescentes se sentem à vontade para apresentar a pessoa escolhida aos familiares, o que pode ocasionar discussões e desentendimentos dentro de casa.
Como regra, é bom os pais saberem, mais uma vez, que não adianta nada forçar a situação. "Essa é uma escolha do adolescente e precisa ser respeitada", afirma a psicoterapeuta Mara Pusch, da Unifesp. "Ele pode não contar que está namorando para que isso não vire um compromisso", diz.
Ailton Amélio da Silva é contra fazer as apresentações quando o namoro ainda está engatando. "Os relacionamento são muito voláteis. Depois o filho quer terminar e esse envolvimento com a família dificulta a situação."
Uma exceção pode ser aberta, segundo ele, nos casos em que os pais suspeitam que o namorado ou a namorada oferece riscos ao adolescente. "Aí o pai impõe sua vontade, fala que quer conhecer. Os filhos têm que ter um crédito de confiança dos pais, mas é preciso estar atento", acredita.


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