São Paulo, quinta-feira, 25 de outubro de 2007
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analgésicos

Aparentemente inocente, o uso diário de analgésicos -os campeões entre os remédios de venda livre, segundo o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo- pode transformar uma dor de cabeça em problema crônico.
"Quem tem dores esporádicas e começa a tomar muito esse medicamento corre o risco de ficar com dor todos os dias", alerta o neurologista Mario Peres, do hospital Albert Einstein. Peres chama a atenção para o fato de que muitos analgésicos contêm cafeína, podendo causar ansiedade e insônia. A falta de sono, não raramente, faz agravar o quadro de dor.
"O analgésico não é um tratamento para a cefaléia de nenhum nível. Ele serve, no máximo, como paliativo para amenizar dores esporádicas", diz Peres. Como esporádicos, ele define casos que aconteçam no máximo uma vez por mês. Acima dessa freqüência, é preciso fazer um tratamento preventivo, com orientação médica.
O perigo de dependência de analgésicos em pacientes com esse problema começa antes mesmo do aparecimento dos sintomas de uma nova crise. "Os pacientes tomam o remédio pelo simples medo de ter dor. É o que chamamos de cefalaugeafobia", diz o neurologista, que fez um estudo sobre o fenômeno.
A professora de inglês Débora de Lorenzo, 47, sofre com dores de cabeça desde os 22 anos. Quando percebeu que o excesso de analgésicos estava piorando as dores, procurou um médico.
"Foi uma surpresa quando descobri que a solução para a minha enxaqueca não estava no analgésico, mas no abandono dele, seguido de uma mudança nos hábitos alimentares e de sessões de terapia, que ajudam a controlar a minha ansiedade", conta.


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