São Paulo, quinta-feira, 25 de novembro de 2004
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Neuróticos procuram grupos de ajuda

Apesar de nunca ter sido assaltada, a funcionária pública aposentada Valdete (ela não quis revelar o sobrenome), 60, tinha absoluta certeza que seria, a qualquer instante, vítima de algum tipo de violência. Sua mania de perseguição chegou a tal ponto de não ficar próxima à linha amarela do metrô, pois tinha medo de alguém empurrá-la. "O neurótico tem dessas coisas. Exagera em tudo", resume Valdete, atual secretária nacional do grupo de auto-ajuda Neuróticos Anônimos.
O grupo é uma versão do AA (Alcoólicos Anônimos), porém destinado àqueles que "tendem a ter atitudes desproporcionais à situação por causa do medo, sem saber administrar suas emoções".
Há 30 anos no NA, Valdete conta que, assim como uma doença crônica, não pode deixar de freqüentar as sessões semanais, mas se considera uma pessoa "normal". "Até por conta da segurança, tenho uma conduta reservada, mas não vivo mais apavorada."
Com cerca de 460 "filiais" espalhadas pelo país -são aproximadamente 25 freqüentadores por reunião-, cada semana uma média de três pessoas ingressam ao grupo, cujas sessões são gratuitas (www.neuroticosanonimos.org.br)


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