São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2010
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Pela extinção do panda

Escolha suas armas para combater ou disfarçar olheiras, sejam elas genéticas ou sinais das suas noitadas

IARA BIDERMAN
DE SÃO PAULO

Atire os primeiros óculos escuros aquele que nunca amanheceu com olheiras. E que nunca buscou alguma receitinha milagrosa para acabar com o estrago da noite maldormida, da balada ou do excesso de trabalho.
"Quem não mudar hábitos vai ter que chamar as olheiras de meu bem e conviver com elas", avisa o cirurgião plástico Nelson Letízio.
Mas nem só de maus hábitos são feitos os círculos escuros debaixo dos olhos.
"As olheiras têm um componente constitucional. Se a pessoa tem predisposição, terá o problema por mais que durma bem", diz Flávia Addor, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional São Paulo.
As causas têm relação com a circulação sanguínea e a pigmentação. A vasodilatação local faz o sangue extravasar e depositar na região pigmentos que dão a cor azulada e ferro, que escurece a pele quando oxida.
Além disso, algumas pessoas têm tendência à hiperpigmentação: produzem excesso de melanina, que se acumula em áreas da pele, formando manchas escuras.

TRATAMENTOS
Para essas olheiras crônicas, a saída são tratamentos com dermatologista. "Há soluções à base de hidroquinona ou alguns ácidos que tiram a pigmentação da pele", diz o oftalmologista Renato Neves, do Eye Care Hospital de Olhos, de São Paulo.
O clareamento dura algum tempo, mas, como os vasos sanguíneos continuam lá fazendo seu serviço, as olheiras acabam voltando.
Uma solução de mais longo prazo é o uso de laser para secar os vasos sob as pálpebras. Segundo Letízio, são feitas, em média, de três a seis sessões, com intervalos de um mês entre cada uma. O paciente usa um protetor de olhos em forma de meia concha e, se quiser, uma pomada anestésica.
A região pode ficar um pouco avermelhada e inchada, mas esses efeitos desaparecem em cerca de dois dias, de acordo com Letízio.
No caso de hiperpigmentação, é aplicada a luz pulsada, mais suave do que o laser usado para os vasinhos. O número de sessões vai depender do tom da pele.
Para a manutenção, não tem jeito: dormir bem e usar protetor solar são garantias para quem não quer acordar com cara de urso panda.
Quando a olheira não é crônica, soluções de emergência podem minimizar o estrago de noites em claro.
Compressas frias ajudam porque contraem os vasos. E o velho chá de camomila não é só folclore. "A camomila tem azuleno, uma substância com ação calmante. Mas, provavelmente, o maior efeito é causado pelo resfriamento da região", diz Addor.
A cantora e atriz Naíma Ferreira, 34, usa o chá gelado quando a coisa fica preta. Em cartaz em São Paulo com a peça "Zorro", tem que apelar a alguns truques para driblar o horário de coruja imposto pelo trabalho.
Além do chazinho, ela usa a maquiagem quando precisa disfarçar o estrago. "Uso um creme corretivo um tom mais claro do que a base. Aplico dando batidinhas com as pontas dos dedos, sem esfregar", conta Naíma.
O oftalmologista Renato Neves aprova o método. "Esfregar a região piora o aspecto das olheiras", afirma.
Os cremes antiolheira, também são uma saída para casos não crônicos. "Eles têm substâncias clareadoras, ingredientes que dão firmeza à pele e partículas que refletem a luz. O efeito não é duradouro, mas melhora a aparência", diz Addor.


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