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Pela extinção do panda
Escolha suas armas para combater ou disfarçar olheiras, sejam elas genéticas ou sinais das suas noitadas
IARA BIDERMAN
DE SÃO PAULO
Atire os primeiros óculos
escuros aquele que nunca
amanheceu com olheiras. E
que nunca buscou alguma
receitinha milagrosa para
acabar com o estrago da noite maldormida, da balada ou
do excesso de trabalho.
"Quem não mudar hábitos
vai ter que chamar as olheiras de meu bem e conviver
com elas", avisa o cirurgião
plástico Nelson Letízio.
Mas nem só de maus hábitos são feitos os círculos escuros debaixo dos olhos.
"As olheiras têm um componente constitucional. Se a
pessoa tem predisposição,
terá o problema por mais que
durma bem", diz Flávia Addor, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional São Paulo.
As causas têm relação com
a circulação sanguínea e a
pigmentação. A vasodilatação local faz o sangue extravasar e depositar na região
pigmentos que dão a cor azulada e ferro, que escurece a
pele quando oxida.
Além disso, algumas pessoas têm tendência à hiperpigmentação: produzem excesso de melanina, que se
acumula em áreas da pele,
formando manchas escuras.
TRATAMENTOS
Para essas olheiras crônicas, a saída são tratamentos
com dermatologista. "Há soluções à base de hidroquinona ou alguns ácidos que tiram a pigmentação da pele",
diz o oftalmologista Renato
Neves, do Eye Care Hospital
de Olhos, de São Paulo.
O clareamento dura algum
tempo, mas, como os vasos
sanguíneos continuam lá fazendo seu serviço, as olheiras acabam voltando.
Uma solução de mais longo prazo é o uso de laser para
secar os vasos sob as pálpebras. Segundo Letízio, são
feitas, em média, de três a
seis sessões, com intervalos
de um mês entre cada uma. O
paciente usa um protetor de
olhos em forma de meia concha e, se quiser, uma pomada anestésica.
A região pode ficar um
pouco avermelhada e inchada, mas esses efeitos desaparecem em cerca de dois dias,
de acordo com Letízio.
No caso de hiperpigmentação, é aplicada a luz pulsada,
mais suave do que o laser
usado para os vasinhos. O
número de sessões vai depender do tom da pele.
Para a manutenção, não
tem jeito: dormir bem e usar
protetor solar são garantias
para quem não quer acordar
com cara de urso panda.
Quando a olheira não é
crônica, soluções de emergência podem minimizar o
estrago de noites em claro.
Compressas frias ajudam
porque contraem os vasos. E
o velho chá de camomila não
é só folclore. "A camomila
tem azuleno, uma substância com ação calmante. Mas,
provavelmente, o maior efeito é causado pelo resfriamento da região", diz Addor.
A cantora e atriz Naíma
Ferreira, 34, usa o chá gelado
quando a coisa fica preta. Em
cartaz em São Paulo com a
peça "Zorro", tem que apelar
a alguns truques para driblar
o horário de coruja imposto
pelo trabalho.
Além do chazinho, ela usa
a maquiagem quando precisa disfarçar o estrago. "Uso
um creme corretivo um tom
mais claro do que a base.
Aplico dando batidinhas
com as pontas dos dedos,
sem esfregar", conta Naíma.
O oftalmologista Renato
Neves aprova o método. "Esfregar a região piora o aspecto das olheiras", afirma.
Os cremes antiolheira,
também são uma saída para
casos não crônicos. "Eles têm
substâncias clareadoras, ingredientes que dão firmeza à
pele e partículas que refletem
a luz. O efeito não é duradouro, mas melhora a aparência", diz Addor.
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