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São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 2003
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A hereditariedade é a causa mais importante da calvície

Novo remédio promete combater a calvície

GABRIELA SCHEINBERG
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A ciência ainda não é capaz de agir sobre os genes que causam a calvície, mas um novo medicamento ajuda a driblar a herança genética e a reduzir a queda dos fios. É o Avicis, que pode ser usado por homens e mulheres. "Esse é o primeiro produto de uso local que bloqueia o mecanismo que leva à calvície", garante a médica Eliane Sênos, da Clínica Dermatológica da Barra (RJ), que já vem receitando o medicamento a seus pacientes com bons resultados.
O Avicis, cuja substância ativa é o 17-alfa-estradiol, interfere na ação da testosterona. Esse hormônio masculino pode causar a regressão do folículo piloso, estrutura de onde saem os fios. O folículo vai se fechando gradativamente, produzindo cabelos cada vez mais finos -um sintoma da calvície-, até que se fecha, impedindo o nascimento de um novo fio. À medida que outros folículos são afetados, a calvície se torna mais visível.
Há várias causas para a queda de cabelo. Entre elas estão alterações hormonais, menopausa, oleosidade excessiva dos cabelos e dieta inadequada, na qual o organismo é privado de proteínas e sais minerais importantes para a formação dos fios.
O principal motivo, porém, é a hereditariedade. "Nenhuma causa é tão importante quanto essa. Se a pessoa não tem predisposição genética para a calvície, ela não terá o problema", diz Sênos. Vendido só com prescrição médica, o Avicis não combate a predisposição, apenas sua consequência. Por isso o tratamento é contínuo: o paciente deve aplicar o remédio no couro cabeludo diariamente. Se parar as aplicações, os fios voltam a cair.
O tricologista (especialista em cabelos) Valcenir Bedin, presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo do Cabelo, está começando a pesquisar os efeitos do Avicis e diz que ainda é cedo para saber se o novo remédio é tão bom quanto promete ser. "O ideal é que esse produto seja usado em combinação com remédios orais, como a finasterida", diz. Conhecida comercialmente como Propécia, a finasterida acaba de ser lançada em versão genérica, o que pode baratear o custo do tratamento e torná-lo mais acessível.


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