São Paulo, quinta-feira, 27 de maio de 2004 |
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Dentistas especiais para pacientes especiais
Cuidados devem ser redobrados para que os problemas da boca não prejudiquem a saúde de deficientes, doentes crônicos e idosos
Tratar de doenças que exigem acompanhamento constante e de deficiências físicas ou
mentais é uma tarefa muitas vezes desgastante.
Nem por isso, porém, as idas regulares ao dentista podem ser preteridas. Ao contrário: quem sofre de doenças como diabetes, hemofilia ou
hepatite C e outros com necessidades especiais devem receber atenção redobrada para a saúde da
boca. Como o organismo é mais vulnerável, uma
inflamação na gengiva e até uma simples cárie podem se transformar em focos de infecção, por
exemplo, ou provocar dores e desconfortos que
pioram o quadro geral do paciente.
Existem cirurgiões-dentistas especializados nesse tipo de atendimento, que exige uma formação
diferenciada e, muitas vezes, uma boa dose de paciência. Esses profissionais estudam as doenças de
seus pacientes para entender suas necessidades
específicas e, em casos de deficiência mental, precisam criar métodos para familiarizar a pessoa
com o consultório e os equipamentos dentários.
"Às vezes, demoramos dois, três meses para conseguir fazer com que o paciente se sente na cadeira", afirma o dentista Roberto Elias, que, semanalmente, atende cerca de 40 pessoas com necessidades especiais no ambulatório da Universidade
Veiga de Almeida (UVA), no Rio de Janeiro.
Muitos desses pacientes especiais não têm controle sobre o corpo. Se eles ficam assustados ou
tensos, os movimentos involuntários tendem a se
intensificar. "Muitas vezes essas reações são provocadas pelo brilho da luz sobre a cadeira, pelos
aparelhos e pelo som do ambiente", explica Marcelo Furia Cesar, coordenador da odontologia da
AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente). Em alguns casos, os dentistas precisam
utilizar sedativos ou mesmo anestesia geral.
Quanto maior o grau de dependência do paciente, mais atenção o cuidador deve ter à higienização
e aos cuidados preventivos. "Recomendamos aos
pacientes, familiares e acompanhantes que retornem de três em três meses e realizem o auto-exame regularmente", afirma Cesar.
Em algumas situações, até a escovação diária é
difícil. Muitos portadores de paralisia cerebral,
por exemplo, têm problemas respiratórios e na arcada dentária, que, somados a uma alimentação
pastosa e rica em carboidratos, aumentam os riscos de cárie e gengivite. "Mas a arcada dentária e
as vias respiratórias comprometidas dificultam
tanto a limpeza como o tratamento", diz Cesar.
ONDE SP: AACD (tel. 0/xx/11/5576-0940), Univ. Paulista (tel. 0/ xx/11/5586-4000), Soc. Pestalozzi (tel. 0/ xx/11/6905-3045) e Lar Escola S. Francisco (tel. 0/xx/ 11/5549-3322) RJ: Inst. Mário Romañach (tel. 0/xx/21/2587-9306) e UVA (tel. 0/xx/21/ 2567-6172) Texto Anterior: Poucas e boas: Novo aparelho usa luz contra rugas e manchas Próximo Texto: Alimento em versão funcional ganha espaço Índice |
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