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São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2003
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"Fiquei perua. Até uso salto alto"

Depois de uma vida lutando contra a balança, a professora de informática Magdalena Avena, 43, conta os louros que 42 kg a menos proporcionam: os anéis cabem no dedo e dá para usar salto alto, passar na catraca do ônibus e se sentar numa cadeira sem medo de quebrá-la.
"Acho que a pior coisa para o obeso é a sua baixa auto-estima, que, muitas vezes, é descontada na comida. Quando me vi magra, fiz coisas tolas que não fazia, como pintar o cabelo de loiro. Fiquei perua."
Avena deu entrada na sala de cirurgia há um ano e meio, com 102 kg. Operada com o método bypass, por laparoscopia, que considera ser a técnica menos "sofrível", em dez dias já podia ingerir sólidos. "Mas não sentia fome. Tinha de me lembrar de comer."
Para ela, o mais difícil de todo o processo foi decidir encarar a operação. "O que é imprescindível fazer antes de optar pela cirurgia é pesquisar muito sobre todas as técnicas, procurar uma segunda e uma terceira opinião médica e, ainda, conhecer pessoas que já passaram pelo mesmo."
Mesmo diante dos "sacrifícios" que o pós-cirúrgico impõe, Avena conta, feliz, que não há nada mais agradável do que não ser reconhecida. "Sou outra pessoa. Tanto física quanto psicologicamente. Apenas quando falo que sou eu, elas as pessoas recordam da minha voz e dos meus olhos. Não existe nada melhor do que isso."


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