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"Nem morta faria aquilo de novo"
Entre os riscos das cirurgias estão
fístulas mal-cicatrizadas, embolia pulmonar e até morte -índice de 1,5% A fisioterapeuta Giany
Gonze Tellini, 38, integrou esse
grupo de risco. Antes de passar
de 130 kg para os atuais 68 kg, há
dois anos, ela teve o estômago reduzido pela técnica do bypass,
com incisão aberta. Porém, três
meses depois, teve de ser operada novamente.
"O anel que dividia meu estômago escorregou e fechou a passagem para o intestino; qualquer
comida pastosa me fazia vomitar", lembra a fisioterapeuta.
Segundo ela, toda a decisão que
envolvia a cirurgia foi errada.
"Não senti firmeza na técnica
nem no médico, mas fui em frente, pois queria a todo custo emagrecer." Quando percebeu que
estava com problema, ligou imediatamente para o cirurgião para
checar se o que sentia era normal
ou se havia algo errado.
"Perguntei a ele o que estava
acontecendo, pois, passadas semanas, eu não conseguia emagrecer. O médico perguntou se
eu não estava driblando a cirurgia e tomando, por exemplo, leite
condensado. Eu nunca tomei leite condensado, não gosto. Achei
isso ruim porque, em vez de
questionar se havia algo errado
com a técnica ou comigo, ele duvidou de mim."
Depois de identificado o problema, Tellini foi para outro centro cirúrgico, mas, dessa vez, optou pela
laparoscopia. "Não queria outra cicatriz. Na verdade, não queria fazer
novamente, mas era preciso." Hoje
ela afirma que foi a melhor coisa
que poderia ter feito, porém a complicação da primeira cirurgia gerou
traumas.
"Nem morta faria aquilo de novo.
Olho para a primeira cicatriz e tenho péssimas recordações. Se pudesse voltar no tempo, procuraria
me informar mais e conversar com
mais pessoas operadas. Hoje sei que
o médico não deve convencê-lo sobre o que é melhor para você, mas o
paciente é que tem de sair convencido do que é melhor para ele", afirma Tellini.
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