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São Paulo, quinta-feira, 27 de novembro de 2003
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"Nem morta faria aquilo de novo"

Entre os riscos das cirurgias estão fístulas mal-cicatrizadas, embolia pulmonar e até morte -índice de 1,5% A fisioterapeuta Giany Gonze Tellini, 38, integrou esse grupo de risco. Antes de passar de 130 kg para os atuais 68 kg, há dois anos, ela teve o estômago reduzido pela técnica do bypass, com incisão aberta. Porém, três meses depois, teve de ser operada novamente.
"O anel que dividia meu estômago escorregou e fechou a passagem para o intestino; qualquer comida pastosa me fazia vomitar", lembra a fisioterapeuta.
Segundo ela, toda a decisão que envolvia a cirurgia foi errada. "Não senti firmeza na técnica nem no médico, mas fui em frente, pois queria a todo custo emagrecer." Quando percebeu que estava com problema, ligou imediatamente para o cirurgião para checar se o que sentia era normal ou se havia algo errado.
"Perguntei a ele o que estava acontecendo, pois, passadas semanas, eu não conseguia emagrecer. O médico perguntou se eu não estava driblando a cirurgia e tomando, por exemplo, leite condensado. Eu nunca tomei leite condensado, não gosto. Achei isso ruim porque, em vez de questionar se havia algo errado com a técnica ou comigo, ele duvidou de mim."
Depois de identificado o problema, Tellini foi para outro centro cirúrgico, mas, dessa vez, optou pela laparoscopia. "Não queria outra cicatriz. Na verdade, não queria fazer novamente, mas era preciso." Hoje ela afirma que foi a melhor coisa que poderia ter feito, porém a complicação da primeira cirurgia gerou traumas.
"Nem morta faria aquilo de novo. Olho para a primeira cicatriz e tenho péssimas recordações. Se pudesse voltar no tempo, procuraria me informar mais e conversar com mais pessoas operadas. Hoje sei que o médico não deve convencê-lo sobre o que é melhor para você, mas o paciente é que tem de sair convencido do que é melhor para ele", afirma Tellini.


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