São Paulo, quinta-feira, 28 de janeiro de 2010 |
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SAÚDE Olho vivo
Crianças devem ser levadas ao oftalmologista com um ano de idade; pais precisam estar sempre atentos aos sintomas
RACHEL BOTELHO DA REPORTAGEM LOCAL Tempos atrás, o início da alfabetização determinava a data da primeira consulta com o oftalmologista. No entanto, por volta dos seis anos de idade o processo de desenvolvimento da visão já se encontra em estágio avançado, o que dificulta o tratamento de problemas como estrabismo e diferença de grau dos olhos. Por isso, embora a idade ideal ainda não seja consenso entre pediatras e oftalmologistas, parte deles defende que a primeira consulta com o especialista ocorra com um ano -desde que a criança não tenha nenhum sintoma ou sinal de alteração ocular. Neste caso, mesmo um bebê de poucos dias deve ser examinado. "A recomendação é levar com um ano, a não ser que seja percebido algo antes. Quando o estrabismo é muito pequeno, por exemplo, os pais podem não notar e isso pode causar baixa de visão", afirma Mônica Fialho Cronemberger, chefe do setor de estrabismo do Instituto da Visão da Unifesp. Para Nicole Gianini, do Grupo de Prevenção à Cegueira da Sociedade Brasileira de Pediatria, é obrigação do pediatra avaliar a visão. Como isso nem sempre acontece, ela recomenda que o bebê seja examinado por um oftalmologista com um ano de idade. "Mas a família deve observar sempre", diz. Um problema que precisa ser diagnosticado cedo é miopia (dificuldade para ver de longe) ou hipermetropia (para ver de perto) em um dos olhos, o que prejudica o desenvolvimento da visão afetada. "Nesse caso, com sete anos já seria tarde [para conseguir 100% da visão no olho afetado]. Quanto mais cedo começar, o resultado é mais fácil e mais eficaz", diz Cronemberger. O mesmo vale para o estrabismo: nas crianças que usam apenas um olho, a visão do outro é "esquecida pelo cérebro" e não amadurece. Mais uma vez, quanto antes tratar, melhor. Perda da visão O exame do reflexo vermelho, realizado no berçário em alguns municípios e Estados brasileiros -como SP e RJ- permite diagnosticar anomalias graves, como catarata congênita e retinoblastoma, um tumor de retina que pode levar à cegueira e até morte. Segundo Paulo de Arruda Mello, presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, os pais podem ajudar a detectar o tumor no bebê. "Se notarem que ele aparece em fotos com só um olho vermelho, precisa ser examinado." Texto Anterior: Correio Próximo Texto: Volta às aulas Índice |
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