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INGREDIENTE
"Pinoli" vão em receitas italianas e libanesas
[...]
O QUILO É
VENDIDO POR
R$ 290; AS NOZES,
EM COMPARAÇÃO,
SAEM POR R$ 58
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RACHEL BOTELHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Diante de um prato de
espaguete ao pesto
ou de um quibe assado tradicional, poucos brasileiros são capazes de
adivinhar quanto pesa, no seu
próprio bolso, o punhado de
"pinoli" utilizado pelo restaurante nessas receitas.
Para ter uma ideia, no Empório Santa Maria, em São Paulo,
o quilo do ingrediente é vendido a R$ 290, batendo com folga
outras sementes, como macadâmia (R$ 80) e nozes (R$ 58).
Muito empregados em receitas doces e salgadas das cozinhas italiana e sírio-libanesa
-na qual são conhecidos como
"snoubar"-, os "pinoli" são extraídos do pinheiro-manso (Pinus pinea), uma árvore difícil
de ser cultivada, nativa da região do Mediterrâneo.
Trabalhosa também é a colheita das pinhas, como explica
o restaurateur Giancarlo Bolla,
do La Tambouille. "Na minha
infância, eu subia na árvore,
pegava a pinha, abria com os
dedos uma casca dura como a
da avelã, batia com um martelinho e tirava a película até chegar ao "pinolo'", recorda-se.
Em muitas regiões, o cultivo
e a colheita continuam sendo
totalmente manuais, o que explica -ao menos em parte- os
preços estratosféricos.
Semelhante a uma amêndoa,
mas de tamanho bem reduzido,
o "pinolo" (singular de "pinoli") possui formato oval e cor
bege. É vendido principalmente em pacotes de 20 gramas ou
por peso, em lojas de produtos
árabes e empórios sofisticados.
É oleoso e de sabor suave,
que pode ser ressaltado pela
torra. Na Itália, é muito usado
em risotos, molhos e bolos,
sendo fundamental no molho
pesto. É também bastante difundido na Índia e na Turquia.
Na cozinha libanesa, entra
em massas, esfirras, legumes
de forno, arroz, charutos recheados e sobremesas, como
sorvetes, bolos, doces e tortas.
Xmune Isper, que comanda a
cozinha do restaurante Tenda
do Nilo, costuma fritá-los na
margarina antes de usar. "No
quibe, assado ou frito, dá um
sabor impressionante. Faz toda a diferença", afirma. "Só não
uso sempre porque é muito caro aqui no Brasil."
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