|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Plástica de nariz vira mania no Irã
DO "THE NEW YORK TIMES"
Sem poder exibir o corpo por causa das rígidas leis
muçulmanas que obrigam as mulheres a cobrir
os cabelos e usar roupas largas e sem decotes, as iranianas estão recorrendo a um dos únicos tipos de plástica que podem torná-las mais atraentes em eventos sociais: as cirurgias de correção do nariz.
Como não há praias nem piscinas públicas para exibir peitos e bumbuns fabricados, o jeito é caprichar no rosto, nas
unhas e nos cabelos.
A mania das iranianas de fazer plástica
de nariz é percebida sem maior esforço
por quem vai a Teerã, uma vez que desfilar pelas ruas com bandagens pós-cirúrgicas virou motivo de orgulho. O boom
nos narizes recauchutados também já virou capa da principal revista feminina do
país, que dedicou oito páginas ao assunto
em sua edição de agosto.
Normalmente donas de narizes compridos e protuberantes, as iranianas recorrem aos cirurgiões plásticos para ficar
de nariz arrebitado ou apenas para reduzir o tamanho e torná-lo mais reto. Embora ainda restrita a Teerã, a moda está
deixando os cirurgiões do país tão animados, que já apostam que os liftings faciais serão a nova mania. Para se preparar, vão aos EUA fazer estágio para
aprender as novas técnicas de lifting e de
peeling a laser. Apesar de não poderem
exibir o corpo, as mulheres iranianas são
obcecadas por beleza. Vivem de dieta e
gastam horas fazendo aeróbica e natação
em academias só para mulheres.
Unhas postiças e pintadas, lentes de
contato coloridas e cabelos tingidos também fazem parte do arsenal de beleza das
iranianas. Nos salões de cabeleireiros e
nas academias femininas, elas podem ficar mais a vontade e até tirar o lenço que
obrigatoriamente cobre a cabeça.
Ao contrário do que pode parecer, a
vaidade das iranianas não é resultado da
influência ocidental. A obsessão por beleza faz parte da cultura do país e está presente até em provérbios -como "me
mate, mas me torne bonita" ou " o rosto
bonito alivia o coração cansado e abre a
porta fechada".
Texto Anterior: S.o.s. família - Rosely Sayão: Quando o problema é da escola, não dos pais Próximo Texto: Em dupla até no banheiro Índice
|