São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 2000
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Plástica de nariz vira mania no Irã

DO "THE NEW YORK TIMES"

Sem poder exibir o corpo por causa das rígidas leis muçulmanas que obrigam as mulheres a cobrir os cabelos e usar roupas largas e sem decotes, as iranianas estão recorrendo a um dos únicos tipos de plástica que podem torná-las mais atraentes em eventos sociais: as cirurgias de correção do nariz.
Como não há praias nem piscinas públicas para exibir peitos e bumbuns fabricados, o jeito é caprichar no rosto, nas unhas e nos cabelos.
A mania das iranianas de fazer plástica de nariz é percebida sem maior esforço por quem vai a Teerã, uma vez que desfilar pelas ruas com bandagens pós-cirúrgicas virou motivo de orgulho. O boom nos narizes recauchutados também já virou capa da principal revista feminina do país, que dedicou oito páginas ao assunto em sua edição de agosto.
Normalmente donas de narizes compridos e protuberantes, as iranianas recorrem aos cirurgiões plásticos para ficar de nariz arrebitado ou apenas para reduzir o tamanho e torná-lo mais reto. Embora ainda restrita a Teerã, a moda está deixando os cirurgiões do país tão animados, que já apostam que os liftings faciais serão a nova mania. Para se preparar, vão aos EUA fazer estágio para aprender as novas técnicas de lifting e de peeling a laser. Apesar de não poderem exibir o corpo, as mulheres iranianas são obcecadas por beleza. Vivem de dieta e gastam horas fazendo aeróbica e natação em academias só para mulheres.
Unhas postiças e pintadas, lentes de contato coloridas e cabelos tingidos também fazem parte do arsenal de beleza das iranianas. Nos salões de cabeleireiros e nas academias femininas, elas podem ficar mais a vontade e até tirar o lenço que obrigatoriamente cobre a cabeça.
Ao contrário do que pode parecer, a vaidade das iranianas não é resultado da influência ocidental. A obsessão por beleza faz parte da cultura do país e está presente até em provérbios -como "me mate, mas me torne bonita" ou " o rosto bonito alivia o coração cansado e abre a porta fechada".


Texto Anterior: S.o.s. família - Rosely Sayão: Quando o problema é da escola, não dos pais
Próximo Texto: Em dupla até no banheiro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.