São Paulo, quinta-feira, 28 de setembro de 2000 |
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poucas e boas Testes prevêem perda de mobilidade em idosas
ISABEL GERHARDT
Uma pesquisa realizada no instituto médico
Johns Hopkins (EUA) revela que uma série de
testes físicos simples pode ajudar médicos a
prever as chances de mulheres idosas apresentarem
problemas de mobilidade em pouco tempo.
O tempo que uma mulher idosa leva para caminhar
um metro, o tempo que ela consegue se manter equilibrada em uma só perna ou as adaptações que ela realiza
nas atividades diárias podem identificar aquelas que
têm maior risco de desenvolver dificuldades motoras.
"Há vários testes de capacidade de mobilidade que
prevêem perdas subsequentes, mas é difícil para o médico executar todos eles devido às restrições do tempo
de consulta. Nossa pesquisa identificou a melhor combinação que pode ser usada numa visita médica", diz o
médico Paulo Henrique Chaves, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e o principal autor da pesquisa.
De 35% a 50% das mulheres com idade entre 70 e 80
anos apresentam dificuldades de mobilidade geral, como caminhar alguns quarteirões, subir lances de escada
ou fazer trabalho de casa pesado. O estudo analisou 266
mulheres com idade entre 70 e 79 anos e que não apresentavam, no momento inicial da avaliação, problemas
de movimento. Fazendo os testes de tempo de percurso,
de equilíbrio sobre uma perna e trabalho em casa, os
pesquisadores puderam identificar as mulheres que,
após 18 meses, apresentariam declínio na capacidade de
locomoção. Depois desse intervalo de tempo, 24% das
mulheres desenvolveram algum tipo de deficiência, como dificuldade para caminhar cinco quarteirões, subir
dez degraus de escada ou entrar num ônibus ou carro.
Os pesquisadores desenvolveram gráficos para esses
testes, chamados nomogramas. "Os nomogramas podem indicar as pacientes que apresentam maior risco
de perda de movimento e esse conhecimento pode levar
as idosas a participar de atividades preventivas, como
exercícios físicos regulares", explica Chaves. As interessadas podem questionar seu médico sobre a disponibilidade desses novos testes. |
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