São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 2005
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Ingrediente

A couve-manteiga é a campeã em vitamina C; cada 100 g do vegetal cru possui 180 mg da substância

Couve é campeã de vita mina C

RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Imagine uma cumbuca de feijoada cercada por seus acompanhamentos tradicionais. Agora tente imaginar essa cena sem um prato de couve. Difícil, não?
Esse vegetal crucífero, da mesma família dos brócolos, do repolho, da couve-de-bruxelas e da couve-flor, chegou ao Brasil com os portugueses e não demorou a se tornar uma das hortaliças mais populares do país.
Originária provavelmente da Europa, onde é largamente consumida desde a Roma Antiga, a couve-manteiga que se come hoje possui folhas grandes com uma nervura central, a partir da qual se irradiam outras mais finas.
Em seu "Pequeno Dicionário de Gastronomia" (ed. Objetiva), a pesquisadora Maria Lucia Gomensoro destaca ainda outras variedades, como "a galega, de qualidade inferior; a crespa, de folhas frisadas; a couve-tronchuda-portuguesa, de folhas tenras e fechadas".
Preparada em tiras finíssimas e refogada com alho e cebola, é a famosa couve mineira, cantada por Chico Buarque na canção "Feijoada Completa": "Aproveite a gordura da frigideira pra melhor temperar a couve mineira". Na culinária portuguesa, o tradicional caldo verde leva couve-galega cortada bem fina.
Além de saborosa, com um paladar levemente amargo, a couve é uma ótima fonte de vitaminas A e do complexo B. De acordo com a Tabela de Composição Nutricional das Hortaliças, elaborada pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a couve-manteiga é a campeã em vitamina C -o segundo componente que faz mais falta à dieta do brasileiro. Crua, possui 180 mg de vitamina C a cada 100 g de planta.
Como o calor destrói as propriedades dessa vitamina, uma cocção rápida é recomendável. "É muito comum também fazer suco de couve, mas, ao bater no liquidificador, parte da vitamina se perde", alerta a nutricionista da USP Ana Cláudia Mendes, que lembra ainda a boa quantidade de fibras que há na hortaliça.
Outros componentes importantes são os polifenóis e indóis, fitoquímicos antioxidantes. Os indóis, por exemplo, combatem o câncer em duas frentes, ao inibir o estrogênio que estimula alguns tipos de câncer e ao induzir as enzimas que protegem contra a doença.


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