São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 2005
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Tom Zé no jardim da política

A "política" logo acima, melhor afirmar de antemão, diz respeito à cortesia, à civilidade. (A idéia é falar de flores, veja bem.) Entre rosas, lavandas e primaveras, Tom Zé, 68, o compositor baiano mais paulistano que existe, reinventa-se em sua terra natal, Irará, a 2.000 km da capital paulista, onde mora. Todas as manhãs, o compositor vai cuidar do jardim do prédio defronte do seu, em Perdizes. "Morei ali de 71 a 98. Quando saí, mantive a amizade com o jardim", explica, ainda mal-acostumado com a frieza das moças no supermercado -caladas depois do seu "boa tarde" de Irará. "O jardim ajuda a desmanchar esse cosmopolitismo negativo. A pessoa toma confiança, vê que a gente é simples. Viramos todos irarenses", confunde. Iraraenses no microcosmo recriado por Tom Zé em plena São Paulo acinzentada: o zelador Chico ajuda na plantação, as moradoras do prédio ensinam como preparar uma muda, os taxistas do ponto em frente agradecem as flores. Política assim é bom. Ops, falei.


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