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Movimento mudou gestão do time, mas teve críticas

DE SÃO PAULO

Ponto marcante na carreira de Sócrates foi a passagem pelo Corinthians. Não só por jogadas e gols magistrais mas, especialmente, pela deflagração do movimento que ficou conhecido como "Democracia Corinthiana", do qual era um dos líderes.

Sócrates dividiu aquela liderança principalmente com Wladimir, Casagrande e Zenon, sempre com participação destacada do diretor Adílson Monteiro Alves.

O Brasil, naqueles tempos, início da década de 80, ainda enfrentava a agruras da ditadura. E a "Democracia Corinthiana" resultou também num marco na luta da sociedade para que o país retomasse o caminho da liberdade, da democracia.

Ajudou, por exemplo, na campanha "Diretas Já", que pedia eleições livres.

Mais: o movimento resultou em ação excepcional, que, em tese, implantou a autogestão no futebol. Praticamente todas as decisões importantes na equipe naquele período tinham de passar pelo crivo dos seus membros.

As atividades dos jogadores não se limitavam a treinos e jogos. Eles próprios interferiam nas questões gerais, como as normas que regiam as concentrações, contratações e viagens. Enfim, participavam da gestão do clube.

Nem todos os jogadores, no entanto, aprovaram a "Democracia Corinthiana", idealizada pelo publicitário corintiano Washington Olivetto.

"Não era democracia, era anarquia. Era beber na sala do treinador, dormir na maca porque na noite ficou na farra, treinar bêbado, marcar treino para as 8h e passar para a tarde porque teve festa à noite", diz Leão, ex-goleiro.

O técnico são-paulino conta que integrava o grupo, mas não era unido a ele. "Preciso ir a festinhas? Beber? Fumar? Ser político? Não. O torcedor queria que jogasse."

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