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Vida de estudante

RICARDO RIBEIRO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Tudo na vida tem o seu lado bom e o ruim. Para quem está planejando fazer um curso de pós-graduação, estudantes e formados alertam para as principais dificuldades no caminho e descrevem os maiores benefícios obtidos com o incremento de sua formação.

DEDICAÇÃO

O principal desafio é encontrar tempo para a severa rotina de estudos, que muitas vezes precisa ser conciliada com o trabalho. "A pós exige muita dedicação e você abre mão de muita coisa. Você perde o gol do seu time, o beijo do seu filho e fica sem dormir. Costumo dizer que o melhor horário para estudar é das 4h às 6h da manhã, quando você está sozinho no mundo e rende mais", conta o engenheiro Jardel Folco, 46, que procurou a pós de nanotecnologia da UFABC. Falta tempo até para comer. "Todo mundo fala que eu emagreci, mas, com pressa, acabo comendo algo na frente do computador mesmo", diz Claudia Valasek, 23, mestranda em distúrbio do conhecimento no Mackenzie

MÁGICA

É comum o período de remuneração das bolsas ser menor que o tempo necessário para a realização do projeto. Os estudantes precisam fazer milagres no orçamento ou se desdobrar para cumprir as tarefas dentro do prazo

ORIENTAÇÃO

Conseguir o orientador não é fácil. Nem sempre as linhas de pesquisa combinam com o trabalho pretendido. Escolhido o professor, resta a complexa relação durante o processo. "Um orientador presente é fundamental para um bom resultado, mas cumprir todas as alterações pode deixar a gente doido", diz a aluna de mestrado Luciana Pinho, 32

HERÓI

Quem interrompe o trabalho tem dedicação integral, mas esbarra em dificuldades financeiras e falta de reconhecimento. "'Faço pós-graduação.' 'Mas você só estuda?' Em 99% das vezes vão te fazer essa pergunta e te ver com esses olhos. Quem vive de pesquisa no Brasil é um herói. É uma bolsa de R$ 1.166 por mês. Até um camelô ou um vendedor de hot dog ganha mais", desabafa Jardel Folco

RESULTADOS

O sacrifício é recompensado. "A pós melhorou muito minha inserção no mercado de trabalho e a minha forma de trabalhar", diz o médico Luciano de Azevedo, que fez doutorado em UTI. Já a mestranda Cláudia Valasek destaca a perspectiva de aumento de salário. "Sendo um profissional mais preparado, a remuneração aumenta", avalia Valasek.

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