Índice geral Especial
Especial
Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros

2016 começa em 2012

Confederações e COB já traçam suas estratégias para detectar e desenvolver talentos e fazer do Brasil uma potência no Rio

DE SÃO PAULO

A Olimpíada de Londres nem começou, mas as confederações já começaram a preparar suas equipes para 2016.

No Rio, por ser o país-sede, o Brasil terá representantes em todas as modalidades.

Chance única para os brasileiros buscarem sua melhor campanha na história, ganharem mais apoio e para patrocinadores lucrarem.

Um resultado pior do que os 15 pódios de Pequim-2008 ou do que o atingido em Londres, a partir de julho deste ano, será considerado fiasco.

Algumas entidades ainda irão descobrir novos talentos. Outras, pela natureza de seus esportes ou pela falta de tradição no país, têm de trabalhar os atletas desde já.

E boa parte do dinheiro que move essa engrenagem sai dos cofres públicos.

As entidades esportivas ganham verba da Lei Piva, que destina 2% dos lucros das loterias ao COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e ao comitê paraolímpico, e podem fazer projetos via lei de incentivo -empresas podem investir até 1% do Imposto de Renda devido; pessoas físicas, 6%. Boa parte das confederações tem patrocínio de estatais. Algumas, de entes privados.

"O [Cesar] Cielo foi campeão olímpico em 2008 e mundial em 2009. Mas tínhamos dados dele de seis anos atrás. Para 2016, vamos ampliar esse contato com a base", diz Ricardo de Moura, supervisor técnico de natação da confederação brasileira.

A entidade quer criar um sistema on-line para, via dados das federações locais, visualizar o desenvolvimento dos atletas por todo o país.

No tênis, a confederação diz que já monitora talentos a partir dos 12 anos, mas esses não devem ir ao Rio. O projeto para 2016 conta com Gustavo Kuerten, Larri Passos e Patricio Arnold.

A entidade que comanda a luta olímpica já incluiu os talentos de 2016 no grupo que se prepara para Londres. "Temos atletas na faixa de 18 a 22 anos. Já traçamos um plano até 2016 e até 2020", diz Roberto Leitão, superintendente da confederação.

O mesmo ocorre com o tiro com arco, que tem seleção permanente sob o comando de Heesik Lim, da Coreia do Sul, potência mundial. O Brasil não tem tradição. "Antes de eu vir da Coreia, pensava que o nível da Sarah Nikitin [da seleção] seria mais ou menos razoável. Mas tive uma surpresa quando cheguei, pois o nível estava muito mais abaixo. De todo o país", diz.

A confederação de canoagem também escolheu o modelo de equipe permanente.

Os atletas têm hospedagem, alimentação, equipamentos, assistência médica e psicológica. E ganham R$ 1.000 para bancar os estudos.

Mesma tática é usada pelo boxe. Destaques das categorias cadete e juvenil vão treinar com a seleção principal.

A esgrima não acredita que descobrirá novos talentos até 2016. Por isso, a base da equipe para o Rio treina desde já.

O atletismo tem garimpado atletas e planeja continuar o processo até 2016. A confederação diz apoiar cerca de 20 Projetos de Descoberta de Talentos, que subirão para 30 em 2012. O investimento é de cerca de R$ 1,3 milhão.

"Várias das promessas reveladas já foram encaminhadas aos nossos centros", diz Martinho Nobre dos Santos, da confederação nacional.

O COB tem o projeto Time Brasil para mapear atletas que possam dar resultado em 2012 e 2016. Os escolhidos ganham local e estrutura para treino e apoio para poderem se dedicar só ao esporte.

Como parte da preparação dos novatos, a entidade fará ação no Crystal Palace, sede do Brasil em Londres. "Levaremos atletas da geração 2016 para vivenciarem o ambiente olímpico", diz Marcus Vinícius Freire, superintendente de esportes do comitê.

Texto Anterior | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.