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FGTS é vantajoso; saques crescem 20%

Saldo pode ser usado para comprar imóveis até R$ 500 mil; bancos pleiteiam elevação do valor, congelado desde 2009

Dica de especialistas é sacar o dinheiro assim que puder, já que fundo rende pouco e costuma perder da inflação

TATIANA RESENDE
EDITORA-ASSISTENTE DE “MERCADO”

A compra da casa própria fica mais fácil para os trabalhadores que podem sacar o dinheiro acumulado na conta do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

O montante pode ser usado no financiamento imobiliário ou no consórcio, mas o valor da moradia está limitado ao teto de R$ 500 mil.

O número de saques vem crescendo e, no primeiro quadrimestre deste ano, a expansão chegou a 20,2% no confronto com o mesmo intervalo em 2011, segundo os dados da Caixa Econômica Federal, agente operadora do fundo.

Há várias regras para restringir a liberação e uma delas é a exigência de que o trabalhador tenha pelo menos três anos de trabalho com carteira assinada (veja quadro).

A dica de especialistas é sacar o dinheiro assim que possível, já que o rendimento é de 3% ao ano mais TR (Taxa Referencial), não raramente inferior à inflação, o que significa perda do poder de compra ao longo do tempo.

Para acompanhar a valorização imobiliária, os bancos tentam conseguir a elevação do limite para uso do saldo. Apesar de confirmar o pleito junto ao governo, o vice-presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), Osmar Roncolato, preferiu não apontar valores.

A proposta, segundo a Folha apurou, é atingir R$ 750 mil. O valor atual está congelado desde março de 2009.

Um dos argumentos para provar a necessidade de uma revisão é que, por conta da escalada nos preços, o governo elevou desde o início do ano passado o limite --de R$ 130 mil para R$ 170 mil-- das moradias novas e usadas que podem ter taxas menores porque a fonte do crédito são os recursos do FGTS --neste caso, considerando o dinheiro acumulado em todas as contas dos trabalhadores.

O SFH (Sistema Financeiro de Habitação), que por lei tem juros limitados a 12% ao ano mais TR (Taxa Referencial), engloba os financiamentos imobiliários que usam recursos do fundo e da caderneta de poupança, beneficiando quem compra imóveis até R$ 500 mil.

O superintendente nacional do FGTS, Sergio Antonio Gomes, observa que as operações do fundo são direcionadas, preferencialmente, para a população de menor poder aquisitivo, "o que nos leva a entender que os atuais limites, no momento, atendem a esse público".

Sem perspectiva de mudança no teto no curto prazo, as construtoras adaptam seus produtos para viabilizar a venda. Uma das formas de não perder clientes, afirma Luiz Paulo Pompéia, diretor da Embraesp, é reduzir o tamanho dos apartamentos, mas não alterar o valor cobrado pelo metro quadrado.

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