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Mutuário quita dívida na metade do tempo DA EDITORA-ASSISTENTE DE “MERCADO”A melhor coisa do mundo, depois de conseguir um financiamento imobiliário, é livrar-se dele. Essa é a opinião da maioria dos brasileiros, a julgar pela estimativa da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) de que os empréstimos, que na média são contratados com prazo de pagamento de 20 anos, são liquidados, também na média, em apenas 8 anos. Os mutuários, mesmo sem fazer contas complexas, intuem que apenas saldar as prestações mensais não é suficiente e lançam mão de qualquer bolada extra que recebam, como o 13º salário e o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) liberado a cada dois anos, para reduzir a dívida com o banco. "Nos últimos anos, houve também a melhoria da renda e os mutuários acabam utilizando esse excedente", completa Osmar Roncolato, vice-presidente da entidade. Os números mostram que o esforço é justificado, já que apenas uma parte da parcela amortiza o saldo devedor. No exemplo no quadro ao lado, só um quarto da prestação de R$ 1.180 foi direcionado para reduzir a dívida. O restante se refere principalmente a juros (R$ 836), além de seguros e taxa de administração. Com a amortização extraordinária, o mutuário tem a vantagem de se livrar desses custos extras. O saldo devedor é recalculado todos os meses devido à incidência da TR (Taxa Referencial), portanto, quanto menor for o seu valor, menor será o impacto da atualização. SISTEMAS No Brasil, os dois sistemas de amortização mais usados são a tabela SAC (Sistema de Amortização Constante) e a tabela Price. Na primeira opção, as prestações iniciais são mais altas, porém o montante pago ao banco ao final do financiamento é menor (veja quadro abaixo), explica José Dutra Vieira Sobrinho, vice-presidente da Ordem dos Economistas do Brasil. A recomendação é optar pela tabela SAC se a parcela couber no orçamento. A Price se torna mais interessante em alguns casos porque, "como a prestação inicial é menor, às vezes essa tabela é a única forma de viabilizar um empréstimo, já que o cliente não pode comprometer mais de 30% da renda mensal". E, para quem está pensando em investir o dinheiro extra na poupança ou em um fundo de renda fixa, por exemplo, Dutra sugere que "é melhor 'aplicar' na dívida". A taxa de juros paga ao banco no financiamento imobiliário, alerta, provavelmente será maior do que a obtida num desses investimentos. Na opinião de William Eid Júnior, professor de finanças da FGV, "as pessoas não cuidam bem do seu dinheiro". "O brasileiro precisa aprender a pesquisar e entender em que tipo de negócio está entrando." (TR) Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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