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Imóveis comerciais

Interior já ganha mais shoppings que capitais

30 dos 38 novos empreendimentos previstos para 2012 estão no interior

Combinação de terreno barato, consumo em alta e juros em queda leva investidores a buscar novos mercados

PAULO MUZZOLON
EDITOR-ADJUNTO DE "MERCADO"

Cidades do interior do país terão neste ano, pela primeira vez, mais shoppings que as capitais.

Até dezembro, municípios que por décadas estiveram ao largo desses empreendimentos, somados àqueles que agora irão ganhar novas unidades, terão 241 templos do consumo. Já os que tradicionalmente eram o foco dos investidores da área terão 231.

Dados da Abrasce (associação dos shoppings) apontam que, em 2012, 30 dos 38 novos empreendimentos do setor estarão no interior. Em 2013, a previsão é que sejam inaugurados mais 36, dos quais apenas 13 em capitais.

Especialistas apontam três fatores para o fenômeno: terreno barato, consumidores e dinheiro para investir.

Se em regiões como a av. Faria Lima, em São Paulo, ou o Leblon, no Rio, o terreno chega a custar 40% do total da obra, em áreas do interior esse valor não chega a 10%.

"No interior, há quem compre áreas por hectare, que no futuro poderão virar outros empreendimentos ou expansões que atendam à crescente demanda local", diz Maurício Itagiba, gerente de avaliação de varejo da consultoria Cushman & Wakefield.

"O PIB [Produto Interno Bruto] per capita está subindo, em cidades menores, acima da média nacional. Esse aumento da renda tem criado novos mercados", diz Claudio Sallum, da Lumine.

O setor, que cresceu dois dígitos nos últimos anos, prevê saltar mais 12% em 2012. "Há um desenvolvimento acima do normal nessa indústria", diz Luiz Fernando Veiga, presidente da Abrasce.

E há espaço para mais, diz Fernando Belloube, diretor de investimentos da C&W.

"O shopping tem que crescer cinco vezes no Brasil para chegar perto da área ocupada em Portugal e Espanha. Já os Estados Unidos têm 30 vezes mais centros que aqui."

CAPITALIZADOS

Para Luiz Quinta, diretor comercial e de desenvolvimento da BRMalls, que possui 47 shoppings no país, esse mercado está atraindo empresários do interior.

"Tanto investidores como empreendedores locais que possuem bons terrenos estão interessados em parcerias ou permutas por uma participação na receita do shopping."

A queda da Selic também ajuda, atraindo os fundos de investimento. Especialistas afirmam que os números têm chamado a atenção de novos grupos para esse mercado.

"Com juros baixos, é natural que investidores assumam mais riscos para terem mais rentabilidade. O segmento de shoppings promete muito", afirma Samy Dana, professor de economia da FGV-SP.

Logo, cidades com área livre e público, mas carentes de grandes centros de consumo, tornam-se atraentes.

"E é mais confortável iniciar pelo interior", diz Veiga.

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