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Experiência e longevidade

Em grande número na delegação brasileira, veteranos adaptam rotina de treinos para prolongar vida no esporte

DANIEL BRITO
MARIANA LAJOLO
ENVIADOS ESPECIAIS A LONDRES

Emanuel já era um dos mais experientes atletas da delegação brasileira quando conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004, aos 31 anos.

Oito anos depois, em Londres, o jogador continua a ostentar esse status. E, de novo, é favorito à medalha.

A longevidade de Emanuel, 39 anos, no vôlei de praia não é exceção na delegação brasileira que disputará os Jogos de Londres.

Além dele, outros 22 dos 259 atletas do país chegam ao evento com 35 anos ou mais.

"A idade pode trazer experiência, amadurecimento, e é dessa maneira que vejo a idade no meu caso. Não vejo como um peso ou uma desvantagem", afirma Emanuel, que é favorito à conquista da medalha de ouro em Londres ao lado de Alison, de 26 anos.

O mais velho do time brasileiro na Inglaterra é Serguei Fofanoff, 43, da equipe de hipismo, que tem outros três veteranos: Marcelo Tosi, que fará 43 anos dois dias após o fim dos Jogos, Rodrigo Pessoa, 39, e Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, 39.

No hipismo, é corriqueiro atletas mais velhos se manterem em alto nível competitivo por bastante tempo. Em outros esportes que exigem mais do corpo, o fenômeno já não é tão comum.

Hugo Hoyama, por exemplo, destoa da equipe de tênis de mesa do Brasil. Aos 43 e em sua sexta Olimpíada, ele é 12 anos mais velho que Lígia Silva e Thiago Monteiro, ambos com 31, e 26 anos mais velho que Caroline Kumahara, 17 -ela não era nascida em 1992, quando ele já disputava os Jogos de Barcelona.

Para Emanuel, a transformação na preparação física é o principal trunfo para que atletas como ele e Ricardo, 39, seu ex-parceiro, sejam ainda destaques do esporte em nível internacional.

O vôlei de quadra brasileiro também tem três veteranos: Serginho, 36, Ricardinho, 36, e Giba, 35.

"Com o passar dos anos, o atleta precisa se adaptar a certas coisas, precisa ter mais cuidado com o tipo de treino e, às vezes, treinar priorizando a qualidade em vez de a quantidade", diz Emanuel.

Na equipe de atletismo, a longevidade aparece nas mais diversas provas.

Marílson Gomes dos Santos, 35, disputará a maratona em Londres, Maurren Maggi, 36, defenderá o título do salto em distância, e Sandro Viana, 35, correrá o revezamento 4 x 100 m e os 200 m.

O velejador Robert Scheidt, 39, outro veterano da equipe, mudou de classe e ganhou mais tempo na vela.

Bicampeão olímpico na laser, hoje é parceiro de Bruno Prada, 41, ao lado de quem foi medalha de prata na Olimpíada de Pequim-2008.

"A laser exige muito da parte física. A star exige menos, e o atleta atinge o auge com 35, 40 anos", afirma.

Para alguns veteranos da equipe brasileira, no entanto, anos no esporte não significam, necessariamente, experiência em Olimpíadas.

O ala Marcelinho Machado fará, em Londres, sua estreia nos Jogos pela seleção de basquete. Aos 37 anos.

"Tento me esquecer da idade. Se eu jogo até hoje em um nível que me leva a participar da seleção brasileira, é porque tenho condições física e técnica para isso", afirma.

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