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Análise

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Após flertar com 'zebra', São Paulo volta a decidir entre PT e PSDB

VERA MAGALHÃES
EDITORA DO PAINEL

E eis que, depois de uma montanha-russa nos gráficos das pesquisas e de flertar com a "zebra" Celso Russomanno (PRB), São Paulo confirma a polarização iniciada nos anos 90 e terá o segundo turno projetado no começo da campanha, entre José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT).

Russomanno derreteu nas últimas duas semanas na mesma velocidade com que galgou a liderança na corrida. Bastou que se jogasse luz sobre apenas uma de suas propostas mirabolantes: a da tarifa de ônibus maior para quem fizesse o trajeto maior.

Somou-se a essa inconsistência uma reação muito forte da chamada sociedade civil paulistana ao candidato de perfil populista, cuja candidatura foi amparada no binômio recall midiático e Igreja Universal do Reino de Deus, que domina o PRB.

No chamado centro expandido, onde vive e vota a maioria dos chamados formadores de opinião, Russomanno colheu votação de nanico, abaixo dos 10% em bairros como Perdizes, Pinheiros, Jardim Paulista e Vila Mariana.

O efeito colateral do breve fenômeno Russomanno se manifestará na Câmara Municipal: PRB e os aliados PTB e BHS fizeram uma bancada de sete vereadores, que terá de ser cortejada pelo eleito.

Afastada a zebra, São Paulo se vê diante de uma reedição das últimas seis eleições presidenciais e da polarização que se manifesta na capital desde o ocaso do malufismo, no fim dos anos 90.

Serra e Haddad vão protagonizar uma disputa encarniçada, em que são esperados ataques virulentos, com armas que vão do mensalão às taxas da gestão Marta Suplicy, por parte do tucano, e das privatizações da era FHC à reprovação a Gilberto Kassab, do lado do petista.

Estará em jogo a sobrevivência política de Serra, de um lado, e a derrota ou vitória do PT e de Lula, que fez da disputa paulistana uma batalha pessoal, de outro.

No momento em que seu governo é julgado com o mensalão, Lula espera uma vitória que anule o efeito da condenação de petistas pelo STF. Terá como adversário o antipetismo que fez com que o PT perdesse todas as eleições na capital desde 2002.

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