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Serra indica que usará mensalão contra petista

Em discurso após resultado, tucano afirma que política se faz com 'valores'

Tucanos, que preferiam embate contra PRB, agora investirão na comparação entre gestões do PT e do PSDB

Marcelo Justo/Folhapress
Serra entra para votar no Colégio Santa Cruz, em SP
Serra entra para votar no Colégio Santa Cruz, em SP

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

No primeiro pronunciamento após o resultado das urnas, o candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB), 70, indicou que usará o julgamento do mensalão contra o adversário no segundo turno, Fernando Haddad (PT).

"Para mim, a ação política é revestida de valores. Uma coisa que no Brasil ameaçou sair de moda e que, felizmente, com o nosso STF (Supremo Tribunal Federa), está voltando à moda", afirmou, sem citar o nome de Haddad.

O tema mensalão já foi usado pelo tucano no primeiro turno e deverá ser retomado -com mais força- na nova etapa. Questionado sobre o assunto após o pronunciamento, Serra disse que a população faz uma discussão sobre ética, não a oposição.

"Eu não tenho nenhum mal entendido com o meu passado e com valores. O PT tem, mas é a população quem espera esse debate", afirmou.

Serra afirmou ainda que para decidir o futuro da cidade é "preciso olhar para o ontem e para o amanhã". O PSDB investirá na comparação com as gestões do PT.

O tucano falou em um palanque, ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (PSD), seus principais apoiadores nessa eleição.

Logo no início de sua fala, o candidato agradeceu a participação dos dois na campanha e disse que a unidade política foi fundamental.

"Nós vamos fazer uma campanha a favor de São Paulo", disse Serra. "Campanha de dia, de noite e de madrugada", afirmou.

O tucano, que enfrenta uma rejeição de 45% do eleitorado, segundo o Datafolha, disse que "a acolhida" das ruas "renovou" seu "entusiasmo e vontade".

"Peço a todos os paulistanos que não votaram em mim no primeiro turno que pensem na possibilidade de votar pelo bem e pelo futuro de São Paulo", disse.

A campanha de Serra prevê um segundo turno "sangrento" contra Haddad.

Os tucanos, que nos bastidores admitiam preferir seguir a eleição contra Celso Russomanno (PRB), agora investirão na comparação entre gestões do PT e do PSDB.

A estratégia é exaltar pontos negativos da administração de Marta Suplicy (PT) para neutralizar ataques de Haddad ao governo Kassab.

"Não adianta o PT apontar os problemas da cidade. Eles precisam mostrar o caminho e o que fizeram quando foram governo", disse Kassab.

Os tucanos também trabalharão para desconstruir o legado de Haddad no Ministério da Educação.

O petista é chamado pelo ex-presidente Lula, seu padrinho político, de "o melhor ministro da Educação da história do Brasil".

O PSDB tentará mostrar que a área avançou pouco nas mãos de Haddad. Na propaganda, Serra deve explorar, por exemplo, o estado de conservação de universidades federais e hospitais universitários inaugurados pelo petista pelo Brasil, com ênfase em unidades de São Paulo.

A campanha de Serra espera anunciar nos próximos dias o apoio de Soninha Francine (PPS) a Serra. Eles trabalham ainda para atrair o PDT, de Paulinho da Força, e o PTB, que no primeiro turno dividiu a chapa com Celso Russomanno.

O presidente estadual da sigla, deputado Campos Machado, tem boa relação com o governador Geraldo Alckmin, que trabalhará para que o partido embarque na candidatura de Serra.

Colaboraram AGNALDO BRITO e TONI SCIARETTA

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