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Serra e Haddad retomam votos na reta final e repetem polarização

Tucano desbanca Russomanno na zona central, e petista reconquista hegemonia na periferia

Maior beneficiado pela queda de Russomanno foi Haddad, que saiu vitorioso no extremo sul e no extremo leste

PAULO GAMA
DE SÃO PAULO

Os dois candidatos que passaram para o segundo turno em São Paulo, José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT), conseguiram, na reta final, retomar eleitores de Celso Russomanno (PRB) nas zonas em que seus partidos tradicionalmente têm mais votos e reeditam em 2012 a polarização geográfica de eleições passadas.

Serra, que totalizou 31% dos votos válidos, foi o mais votado em todas as zonas do centro expandido da capital. Saiu vitorioso em 31 das 58 regiões eleitorais. Haddad, que ficou com 29% dos votos válidos, venceu nas outras 27, todas nas extremidades.

A distribuição dos votos do petista e de seus adversários é semelhante à de 2004, quando Serra venceu Marta Suplicy (PT), e à de 2008, quando Marta foi derrotada pelo atual prefeito Gilberto Kassab, então no DEM.

Neste ano, Russomanno liderou sozinho as pesquisas por mais de um mês, do fim de agosto ao início de outubro. Ia melhor na periferia: no extremo leste, chegou a 46% das intenções de voto no fim de setembro, seu melhor momento nas pesquisas. No extremo sul, chegava a 37%.

Em queda desde então, teve nas urnas um desempenho bem abaixo disso. Não bateu os 30% em nenhuma das zonas eleitorais.

O principal beneficiado foi Haddad, que saiu vitorioso em todo o extremo sul e em todo o extremo leste. Apesar disso, o petista teve um desempenho mais tímido do que o de Marta em disputas anteriores. Em 2008, por exemplo, ela ultrapassou os 60% em três zonas. Haddad teve como teto 47%.

Serra também se beneficiou do definhamento de Russomanno na reta final, principalmente na porção central. Em bairros da zona oeste, região em que o candidato do PRB chegou a 29% em setembro, Serra teve seu melhor desempenho: conseguiu 67% no Jardim Paulista.

Quase 3 em cada 10 eleitores não votaram em candidato nenhum. Foram 10,4% de brancos e nulos e 18,5% de abstenções, 28,9% no total, percentual mais alto desde as eleições de 1996.

Colaborou MARCELO SOARES, de São Paulo

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