Índice geral Especial
Especial
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Porto Alegre reelege Fortunati com 65%

Prefeito do PDT, aliado de Dilma e do governador Tarso Genro, formou ampla coligação e teve a maior vitrine na TV

O PT, que governou a capital gaúcha durante 16 anos, sai da disputa com seu pior desempenho nas urnas

FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE

O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), foi reeleito ontem com 65% dos votos. Sua principal adversária na disputa, Manuela D'Ávila, do PC do B, ficou com 18%.

Fortunati, 56, comanda o município desde o começo de 2010, quando José Fogaça (PMDB) renunciou à prefeitura para concorrer ao governo do Rio Grande do Sul.

Bancário de profissão e ex-sindicalista, o eleito também foi vice-prefeito pelo PT nos anos 1990. Antes da eleição para a prefeitura em 2000, perdeu as prévias internas do partido para o hoje governador Tarso Genro. A derrota o fez migrar para o PDT.

Neste ano, formou ampla coligação, com nove partidos e farto tempo de TV. Na campanha, mostrou obras e biografia. Na reta final, o clima se acirrou: Manuela, 31, chamou o prefeito de "machista" após ele dizer, em um debate, que ela estava "brabinha".

Os rivais também exploraram às vésperas da votação a abertura, pelo Ministério Público, de investigação sobre suposto uso da máquina da prefeitura, o que o PDT nega.

Em agosto, a candidata do PC do B apareceu em empate técnico nas pesquisas, mas sua rejeição foi subindo ao longo da campanha, e o prefeito conseguiu gradualmente ampliar a vantagem.

Fortunati, Manuela e o petista Adão Villaverde se valeram no horário eleitoral da imagem da presidente Dilma Rousseff, que vota na capital gaúcha. A presidente, no entanto, decidiu não declarar apoio a ninguém.

Os três também integram a base do governo Tarso Genro, que pode sofrer um racha a partir de agora. Fortunati criticou na campanha a agressividade do PT, que o tachou na TV de "paradão".

Mesmo sendo formalmente aliado de Tarso, o prefeito atacou o governo estadual, questionando a gestão da segurança pública.

A folgada vitória de Fortunati impõe uma derrota moral ao PT, que governou Porto Alegre por 16 anos a partir de 1989. Os 10% obtidos por Villaverde representam o pior desempenho da história do partido na cidade que costumava ser sua vitrine.

Sai enfraquecida do pleito ainda a senadora Ana Amélia Lemos (PP), potencial candidata ao governo gaúcho em 2014. Contrariando decisão de seu partido, ela fez campanha para Manuela.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.