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Serra diz que sai da disputa 'revigorado'

Depois da segunda derrota eleitoral consecutiva, tucano sugere que não deixará vida pública e deseja sorte a eleito

Candidato do PSDB fez breve defesa da gestão Kassab, apontada pela sigla como responsável pelo resultado negativo

DANIELA LIMA
DIÓGENES CAMPANHA
DE SÃO PAULO

Após sofrer a segunda derrota eleitoral consecutiva, José Serra (PSDB) disse que deixa a disputa pela Prefeitura de São Paulo com mais "vigor" e "energia" do que quando iniciou a campanha.

No discurso em que admitiu a derrota, o tucano tratou de emitir dois sinais claros: que não desistirá da vida pública e iniciará um trabalho para recuperar sua imagem.

Diferentemente do que fez em 2010, quando perdeu a Presidência para Dilma Rousseff (PT), Serra fez um pronunciamento curto, com menos de cinco minutos, e sem ataques a adversários. Apresentou-se em versão mais serena do que no revés anterior.

"Todos sabem o quanto me empenhei para levar nossa palavra aos paulistanos. Por meio do rádio, da televisão e especialmente no contato pessoal fraterno, em centenas de ruas da nossa cidade", disse, no comitê da campanha.

"Chego ao final dessa campanha com essa energia, com essas ideias e com essa disposição maiores do que quando entrei na campanha. Revigorado", discursou.

O teor da fala contrastou com a de dirigentes do PSDB e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que defenderam a "renovação" dos quadros da sigla.

Serra não citou o nome de Fernando Haddad (PT), mas lhe desejou sorte. "As urnas são soberanas. Desejo boa sorte ao prefeito eleito. Desejo que cumpra as promessas que fez", ressalvou.

Na única menção velada ao PT, disse ter feito uma campanha "limpa" e "em defesa da ética", numa alusão ao julgamento do mensalão, que explorou na disputa.

Só após o pronunciamento, o tucano ligou para Haddad para cumprimentá-lo.

O tom ameno evidenciou a tentativa do candidato de reverter sua rejeição, que chegou a 52% no segundo turno.

Serra foi aconselhado a suavizar sua fala para não alimentar a imagem de que se tornou um político conservador e rancoroso. A ideia era evitar que o pronunciamento repercutisse negativamente como o que fez em 2010.

KASSAB

Serra fez uma defesa discreta da gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD).

Quando a derrota se tornou iminente, tucanos passaram a atribuir parte do mau desempenho do candidato à atual administração.

"Os últimos anos registraram conquistas grandes para a cidade, promovidas pela prefeitura e o governo do Estado", disse. "Esperamos que não haja retrocesso."

Antes do discurso de Serra, aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmavam que o prefeito foi uma "âncora" para a campanha. Questionado sobre a avaliação, Kassab contemporizou. "A campanha acabou. É hora de olhar para frente".

Ao chegar no evento em que o aliado admitiu a derrota, Alckmin elogiou Serra e rechaçou a tese de que ele perdeu porque não houve renovação. "Apresentamos nosso melhor candidato, um dos homens mais brilhantes do Brasil."

O discurso alimentou discussões sobre as perspectivas políticas de Serra. Integrantes do governo defendem que Alckmin o convide para uma secretaria, repetindo o gesto que Serra lhe fez em 2009.

Ninguém garante, porém, que Serra aceitaria. Ele tem dito que pretende submergir. Alckmin prevê reformar em seu secretariado em 2013.

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