Índice geral Especial
Especial
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

PT perde cidade-símbolo, mas mantém força na Grande SP

Apesar de revés em Diadema, onde ganhou 1ª prefeitura em 82, sigla preserva 'cinturão vermelho'

Partido vence nas quatro maiores cidades da região e terá sob seu comando 3,3 milhões de eleitores

DANIEL RONCAGLIA
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DE SÃO PAULO

Com mais três vitórias ontem, o PT manteve a força política na Grande São Paulo. Entre as 38 cidades no entorno da capital paulista, o partido administrará oito. Há quatro anos, os petistas haviam vencido em 11.

Ao consolidar o resultado final com as quatro maiores -Guarulhos, São Bernardo do Campo, Santo André e Osasco-, os petistas vão administrar praticamente o mesmo número de eleitores, mas com a vantagem de ter nas mãos governos de maior visibilidade.

O PT, que governava na região cidades com 3,4 milhões de eleitores, passará a ter sob seu comando 3,3 milhões eleitores, o que permite que a região continue a ser chamada de "cinturão vermelho".

Para efeito de comparação, o PSDB, do governador Geraldo Alckmin, termina também com oito vitórias, mas que no conjunto têm pouco peso -ao todo abrigam 823 mil eleitores, o que representa um distrito de São Paulo.

Em terceiro lugar ficaram PMDB e PV (este a grande surpresa), com a eleição de seis prefeitos na região metropolitana cada um deles.

LABORATÓRIO

Apesar de os dirigentes do PT comemorarem seu desempenho na região, o partido sai com derrota em Diadema, que há décadas é vista com uma espécie de laboratório do partido.

Nos últimos 30 anos, o grupo político do PT comanda o município, com exceção de quatro anos, de 1996 a 1999, quando um ex-petista, Gilson Luiz Correia, foi prefeito.

Antes de ir para o PSB, Correia, que agora é vice-prefeito, havia sido o primeiro prefeito eleito pelo PT, em 1982.

Vencedor no primeiro turno, o prefeito e candidato à reeleição, Mário Reali (PT), sofreu uma virada e ficou com 40% dos votos, ante 60% de Lauro Michels (PV), 30, vereador no segundo mandato.

"Temos orgulho de participar da transformação de Diadema, cidade que era apenas dormitório", disse Reali, que no início da campanha despontava para uma reeleição tranquila no primeiro turno.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se empenhou pessoalmente com mais força em São Bernardo do Campo, onde Luiz Marinho (PT), um amigo próximo, levou no primeiro turno.

Lula fez o mesmo em Guarulhos, cidade em que o petista Sebastião Almeida venceu contra um tucano, Carlos Roberto.

O predomínio petista se dá também em Osasco, uma das cidades mais ricas do país e que elegeu o desconhecido Jorge Lapas (PT), um engenheiro oriundo dos quadros técnicos do partido.

Derrotado nas urnas na região metropolitana, o governo de Geraldo Alckmin deve buscar agora investir em programas voltados a toda Grande São Paulo, já que vai enfrentar uma dura e articulada oposição em 2014.

-

30%
da população paulista vive em São Paulo e Guarulhos, as duas maiores cidades do Estado; ambas serão governadas por petistas

SALDO Em seu berço, o ABC paulista, o PT teve duas vitórias (São Bernardo do Campo, no 1º turno, e Santo André, ontem); em São Caetano do Sul, o PMDB levou

3
candidatos do PSDB foram eleitos ontem no Estado de São Paulo; o partido concorria em sete das 12 cidades paulistas que tiveram 2º turno

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.