São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2009

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CIÊNCIAS DA SAÚDE

Área demanda especialista em saúde coletiva

Órgãos valorizam quem fez mestrado profissionalizante

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Saúde coletiva é um ramo que ganha destaque na grande área de ciências da saúde, embora medicina tenha o maior número de alunos.
A demanda por profissionais especializados é boa, e o mercado valoriza especialmente quem fez mestrado profissionalizante, diz Rita Barata, representante da área na Capes.
"Com a criação do SUS [Sistema Único de Saúde], quase todas as secretarias estaduais e algumas municipais precisam de pessoal capacitado", diz.
Já os que fazem mestrado acadêmico são procurados para dar aula nos cursos de saúde, e os que têm doutorado coordenam centros de pesquisa, como o IAL (Instituto Adolfo Lutz), laboratório central de saúde pública do Estado de São Paulo.
Entre seus 920 funcionários, 99 são doutores, 101 são mestres, e 87, especialistas. Suas titulações não se restringem à saúde coletiva -englobam controle de doenças, ciências farmacêuticas e biociências.
"Cargos de comando são distribuídos sob indicação.Técnicos de direção necessitam de especialização em saúde pública ou de experiência comprovada em direção em saúde pública", explica Regina de Almeida, diretora da divisão de laboratórios regionais do IAL.
"O número [de titulados] cresceu muito em cinco anos. Temos funcionários com pós-doutorado", diz Almeida. Uma das razões é a consolidação dos programas de pós em laboratório de saúde pública.

De olho na tecnologia
No campo da medicina, o número de alunos que buscam se especializar é crescente, principalmente depois que os programas de pós passaram a aceitar quem não é médico.
"Quase todos criaram especializações em outras áreas", diz João Leite, representante de Medicina 2, a maior das subáreas de saúde na Capes.
O Conselho Federal de Medicina apoia a tendência, conta Roberto d'Avila, vice-presidente do órgão. "Mas em áreas básicas [como farmacologia, genética e anatomia], não nas que envolvem tratar pacientes."
Esse fenômeno se deve à demanda do mercado, já que inovações tecnológicas permeiam cada vez mais o dia-a-dia dos médicos, desde o diagnóstico até a cirurgia -que hoje pode ser feita ao lado de robôs.
"Com o crescimento da complexidade tecnológica, outros profissionais precisam desenvolver pesquisa na área", explica Leite. O médico, por sua vez, deve se atualizar em tecnologia.

Vagas nas federais
Para atuar fora do meio acadêmico, ter feito mestrado ou especialização basta. Já para trabalhar em faculdades ou universidades, deve-se ter título de doutor, sinônimo de pesquisa. "Nas públicas, doutorado é pré-requisito", afirma Leite.
Ele comenta que já não há mais um "estrangulamento" na oferta de vagas nas universidade federais. "Elas voltaram a contratar. Além disso, novas federais foram criadas." (RGV)

ÁREAS*

Educação física

Enfermagem

Farmácia

Fisioterapia e terapia ocupacional

Fonoaudiologia

Medicina

Nutrição

Odontologia

Saúde coletiva


*Que têm programas recomendados pela Capes

EM ALTA

Avaliação tecnológica em saúde

Biotecnologia aplicada

Ciências sociais em saúde

Direito sanitário

Epidemiologia

Gestão

Indústria farmacêutica

Violência urbana


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