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CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Pesquisa une indústria a academia
Melhoramento de plantas e criação de novas vacinas levam mestres e doutores a empresas
EDUARDO CAMPOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Técnicas para aumentar a
produtividade na agropecuária,
pesquisas em saúde e produtos
biotecnológicos impulsionam a
pós em ciências biológicas e
abrem bom campo de trabalho.
"Não conseguimos formar
mestres e doutores suficientes
para atuar com melhoramento
genético", comenta Marcio Silva Filho, 48, coordenador de
Ciências Biológicas 1 na Capes.
Em campos como parasitologia, microbiologia e imunologia
-em que pesquisas podem originar novos produtos veterinários e vacinas-, o aproveitamento é grande.
"De dez anos para cá, houve
crescimento expressivo", avalia
João Santana da Silva, coordenador de Ciências Biológicas 3
na Capes e do programa de pós
em imunologia básica e aplicada da Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto.
Também crescem pesquisas
biotecnológicas, que geram
produtos ou técnicas úteis à indústria. "Na área de micro-organismos, pesquisadores trabalham com catalisadores enzimáticos [enzimas que levam ao
resultado final] para a indústria
do etanol", diz Wanderley Dias
da Silveira, 52, coordenador da
pós em genética e biologia molecular da Unicamp.
Essa pós, comenta, tem relações com empresas por meio de
professores que fazem pesquisas de interesse comercial.
Biotecnologia e ecologia
Nas empresas, pode-se fazer
pesquisa e atuar em sua regulamentação. "Empresas de biotecnologia que façam pesquisa
devem montar comissão de
biossegurança. A cada experimento, encaminha-se pedido à
CTNBio [Comissão Técnica
Nacional de Biossegurança,
que regula o setor]. Deve-se ter
pós para atuar", diz Silva Filho.
Estudos em ecologia e ambiente também se destacam.
"Os voltados à ecologia marinha são estratégicos. Temos
muitos ex-alunos trabalhando
na Petrobras", diz Fábio Scarano, 44, coordenador de ecologia
e ambiente na Capes.
"Há grande demanda por
doutores. Não conheço nenhum desempregado", afirma
Fernando Fernandez, 47, coordenador do programa de pós
em ecologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). "Exportamos doutores para outras instituições", conta.
A maior parte dos pós-graduados não está no setor privado. "Atuam em órgãos públicos
como o Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis]
ou em ONGs", diz Scarano.
Na universidade, expandem-se os temas estudados. "Surgiram programas no Centro-Oeste, na Amazônia e na caatinga", lista Scarano. Também
ganham importância cursos
com enfoque em biodiversidade e conservação.
ÁREAS*
Biofísica
Biologia geral
Bioquímica
Botânica
Ecologia
Farmacologia
Fisiologia
Genética
Imunologia
Microbiologia
Morfologia
Parasitologia
Zoologia
*Que têm programas
recomendados pela Capes
EM ALTA
Biotecnologia
ligada à saúde
Conservação
da biodiversidade
Ecologia marinha
Melhoramento de
plantas
Oceanografia
biológica
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