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ENGENHARIAS
Mercado amplia vagas na academia
Universidade busca docentes em áreas que atraem alunos de olho em especialização profissional
GIOVANNY GEROLLA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os 20 mil alunos em quase
500 cursos de pós-graduação
em engenharia no país se dividem entre a docência e o mercado. No começo da carreira, o
segundo pode levar vantagem.
"Recém-formados ganham
R$ 4.000, fica difícil segurar
aluno com bolsa de R$ 1.200",
avalia José Roberto Cardoso,
vice-diretor da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo) e membro do
conselho tecnológico do Seesp
(Sindicato dos Engenheiros no
Estado de São Paulo).
Mas o mercado também impulsiona o meio acadêmico,
que tem boa demanda por docentes em áreas que são foco de
atração de alunos, como tecnologia da informação e engenharias de materiais, química, de
produção e elétrica.
"Muitos docentes vão para
faculdades particulares. Só os
muito diferenciados ficam nas
públicas", comenta Geraldo
Costa, presidente da comissão
de pós-graduação da Escola de
Engenharia da USP de São Carlos. Para ele, a indústria não absorve doutores por não ter centros de pesquisa.
No Brasil, 70% dos engenheiros que são doutores estão na
academia -o inverso do que
ocorre nos EUA, onde 30% deles atuam no ensino superior.
Isso não quer dizer que o
mercado não esteja de olho neles. "Consegui meu primeiro
emprego enquanto fazia doutorado, e na área que pesquiso",
conta Fabio Calciolari, 28, doutorando do curso de engenharia de materiais da Universidade Federal de São Carlos.
"Larguei a bolsa de estudos, e
tenho hoje um laboratório dentro da companhia", completa.
Essa é uma área muito procurada por pós-graduandos e
que tem amplo leque de possibilidades de pesquisa.
Vão desde o desenvolvimento de biomateriais -especialmente na área de saúde- até o
estudo de argamassas especiais
para poços de petróleo, passando por nanotecnologia em projetos de pesquisas espaciais.
Energia e ambiente
Em outro setor bastante visado, o de engenharia elétrica,
cursos de pós buscam especializar profissionais em áreas como processamento de sinais,
telecomunicações, automação,
biomédica e computação.
"A distribuição de formandos
tende a se concentrar mais nas
áreas de automação e telecomunicações e telemática", afirma Michel Yacoub, coordenador de pós-graduação da Faculdade de Engenharia Elétrica e
de Computação da Unicamp.
A preocupação com o ambiente também permeia o setor. A sustentabilidade socioambiental está em alta, e os programas têm forte caráter
multidisciplinar, contemplando temas como áreas de proteção ambiental e gerenciamento
de recursos hídricos.
EM ALTA
Engenharia ambiental
Ecologia, áreas de proteção ambiental, planejamento e gerenciamento
de recursos hídricos, governança das águas, hidrometria aplicada, gestão ambiental, climatologia e ecologia industrial
Engenharia elétrica
Processamento de sinais
e instrumentação, telecomunicações, telemática, automação, eletrônica, micro e optoeletrônica e engenharias biomédica, de computação e
elétrica
Engenharia de materiais
Biomateriais e nanotecnologia
Engenharia de produção
Gestão de operações e
economia e do conhecimento
Tecnologia da informação
Sistemas de informação
ÁREAS*
Engenharia
aeroespacial
Engenharia biomédica
Engenharia civil
Engenharia elétrica
Engenharia de
materiais e metalúrgica
Engenharia mecânica
Engenharia de minas
Engenharia naval
e oceânica
Engenharia nuclear
Engenharia de
produção
Engenharia química
Engenharia sanitária
Engenharia de
transportes
*Que têm programas
recomendados pela Capes
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