Convivência na internet e novas relações de mercado atraem cada vez mais pesquisadores

JORDANA VIOTTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Mudanças culturais e econômicas impulsionadas pela tecnologia são temas que atraem cada vez mais interesse nas ciências sociais aplicadas e abrem campos de pesquisa.
Na arquitetura, projetam-se estudos sobre sistemas que permitam o consumo eficiente de energia, seguindo o aumento da preocupação com a redução do impacto ambiental.
Já os pós-graduandos em direito estão de olho em crimes digitais. Mais elaborados, suscitam discussões sobre segurança no uso de novas tecnologias e limites da privacidade.
Ainda na rede, a profusão de blogs e de sites de redes sociais e a multiplicação das informações por esses meios são a bola da vez em comunicação social.
"Pesquisadores estão interessados não só no fenômeno mas também no impacto psicológico, histórico, antropológico e de identidade que novos espaços comunicacionais estão criando", diz Sebastião Squirra, coordenador do programa de pós-graduação em comunicação da Universidade Metodista.
As novas tecnologias também apontam para outro alvo de investigação. "Os processos de concentração de mercado com as recentes ondas de fusões e aquisições têm chamado a atenção dos profissionais", avalia Marcio Holland, coordenador do programa de pós-graduação em economia da Fundação Getulio Vargas.
As novas relações mercadológicas atraem até os pesquisadores de direito. "Há grande procura por especialização em direito internacional", diz Monica Herman, presidente da comissão de pós-graduação da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
Claudia Meirelles, diretora de desenvolvimento humano e organizacional do escritório Tozzini, Freire, Teixeira e Silva Advogados, confirma a tendência. "Ampliamos a necessidade de contar com pessoas que compreendam em profundidade o direito societário", afirma.

Tradição
Assuntos mais tradicionais -como planejamento urbano, em arquitetura, e teoria e filosofia do direito- continuam despertando interesse.
É o caso de Cristina Godoy, que vai defender sua tese de doutorado na Faculdade de Direito da USP neste ano.
Inscrita na área de teoria e filosofia do direito, sua linha de pesquisa questiona recentes decisões jurídicas que afastam-se de embasamento legal. A proposta é resgatar critérios objetivos para tomar decisões.
Um exemplo citado por ela é a questão da infidelidade partidária. "O Supremo Tribunal Federal puniu os considerados infiéis com a perda do mandato, mas não havia nenhuma regra jurídica para essa decisão."

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