São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2009

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FINANCIAMENTO DO ESTUDO

Bolsa e banco ajudam a custear o curso de pós

Agência de fomento oferece verba extra para viagens e congressos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Há dois meios de financiar o curso de pós. O mais comum é pedir bolsa de estudo a agências de fomento, que oferecem, em média, R$ 1.200 mensais a mestrandos e R$ 1.800 a doutorandos. O outro são linhas de crédito de bancos para custear estudos (veja págs. 37 e 38).
Quem faz mestrado profissionalizante, porém, não tem direito a bolsa. "Quando os cursos foram criados, entendeu-se que o interesse maior era das empresas, não da academia ou do Estado", diz José Roberto Drugowich, diretor de programas horizontais e instrumentais do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
Já os que têm bolsa não podem trabalhar. A dedicação ao projeto de pesquisa deve ser integral -para manter as bolsas, instituições de ensino precisam ter conceito "bom" na avaliação da Capes, que considera tempo de titulação dos alunos.
"Se trabalhar, vai demorar mais para terminar, e o desempenho do curso será inferior", complementa Drugowich.
As principais fontes de bolsas são Capes, que, em 2007, concedeu cerca de 30 mil, CNPq, que deu 18 mil, e Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Para completar, as agências oferecem reserva técnica (R$ 400, em média) para custos com viagens, congressos, trabalhos de campo e outros materiais. No exterior, podem cobrir moradia e plano de saúde.
O sistema funciona assim: a Capes oferece bolsas às instituições de ensino, especificando a que áreas se destinam. Cada pró-reitoria as repassa às unidades, que as alocarão entre os alunos. "Eles se inscrevem para seleção na coordenadoria do curso, que distribui as bolsas", diz Teresa Dib Zambon Atvars, pró-reitora de pós-graduação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
O CNPq passa cotas de bolsas diretamente à coordenação dos cursos, que as distribui. "Pela Fapesp, é o professor orientador cadastrado na fundação que apresenta o pedido de bolsa", explica Atvars.

Estudar fora
Para receber bolsa e estudar fora do país, é preciso cumprir dois requisitos: apresentar projeto em área de pesquisa que não esteja bem consolidada no Brasil e escolher uma instituição de excelência tecnológica.
As modalidades de bolsas de doutorado e pós-doutorado no exterior vão desde doutorados plenos (até 48 meses) até estágios em grupos de pesquisa e excelência (cinco meses).
Ao voltar, deve-se revalidar o título. "Para obter titulação, como, por exemplo, em pontuação de concurso público, ou para assumir cargo como o de reitor", diz Esmeraldo Marieiros, consultor jurídico do MEC (Ministério da Educação).
A revalidação é feita em instituições públicas de ensino superior que tenham cursos equivalentes ao do exterior. (GG)

R$ 1.200
é o valor médio da bolsa oferecida a mestrandos

R$ 1.800
é quanto recebem, em média, os doutorandos

R$ 400
é o valor médio da reserva técnica concedida para custos com viagens, congressos, trabalhos de campo e outros materiais

www.cnpq.br/calendario
confira a programação de bolsas do CNPq em 2009


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