São Paulo, quinta-feira, 01 de abril de 2004

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Beleza e história são motivos de orgulho

A região sul 1, que abriga o Museu do Ipiranga e o parque da Independência, é habitada por uma maioria que freqüenta áreas verdes, não dispensa um jantar em bons restaurantes, gosta de vários gêneros musicais e só reclama de precisar buscar opções de lazer em zonas mais distantes



AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

Símbolo do patrimônio histórico do país, o Museu Paulista (conhecido como Museu do Ipiranga) é o grande orgulho dos moradores da região sul 1 -composta pelos distritos de Cursino, Ipiranga e Sacomã.
"O que mais gosto aqui é o museu porque, além de ponto turístico, mostra que o bairro é histórico", afirma a vendedora Herriete Barbosa, 26.
Dos entrevistados pelo Datafolha, 13% citaram o museu como o lugar mais bonito de São Paulo.
Na região, 72% dos entrevistados dizem freqüentar, nos momentos de lazer, parques e jardins -entre eles o parque da Independência, que fica na área do museu.
Herriete Barbosa e sua amiga Vanessa Alves Santiago, 23, dizem ter o hábito de freqüentar não apenas o parque da Independência, mas outras áreas verdes da cidade.
Outro aspecto comum às duas amigas e aos moradores da área se refere à alimentação: elas estão entre os 83% dos entrevistados que comem arroz e feijão com freqüência.
Ainda nessa área, 64% dos moradores costumam freqüentar restaurantes, conforme a pesquisa. Entre eles está a consultora de empresas Valciria Serra, 45, que sai pouco à noite, mas normalmente almoça fora e não abre mão de jantar em "bons restaurantes" pelo menos uma vez por mês.
Ela reclama da falta de alternativas de lazer perto de casa. "Não há muita opção cultural na área. Procuro lazer em outros bairros. Tampouco há restaurantes. Quando quero comida de qualidade, vou para Moema ou para a Vila Mariana", afirma.

Música
Em relação à música, a consultora aprecia a clássica, assim como 6% dos entrevistados na região, e a MPB, também citada por 13%. O gênero musical mais ouvido pelos entrevistados, porém, é o sertanejo (23%). Samba e pagode ficam em segundo lugar, com 14% da preferência.
Quanto à moradia, Valcíria Serra julga seu apartamento igual aos demais que conhece -opinião de 62%. A dona-de-casa Suely Genzini Boromello, 51, também considera o lugar onde vive parecido com os outros. Ela deixou a zona leste há 30 anos para morar no Ipiranga e o que mais lhe agrada é a proximidade com o centro.
"O acesso ao centro é fácil. Também posso ir a pé ao banco, e há supermercados e academias próximos", diz.
Diferentemente da maioria dos moradores, Suely Boromello come arroz e feijão apenas uma vez por semana. "Sou de família italiana e vario com sopas, macarrão e tortas", conta. Mas, como grande parte dos moradores da área, ela se diz fã do Museu do Ipiranga, onde faz caminhadas.
O porteiro Genildo Soares Menezes, 22, e sua mulher, Adélia Oliveira dos Santos, 26, também freqüentam o museu. "Nosso filho gosta de brincar no parquinho daqui", diz Adélia Santos.
Eles são de Recife, capital de Pernambuco -Estado de onde chegaram 6% dos entrevistados.

Polícia honesta
Assim como 57% das pessoas ouvidas pelo Datafolha, Adélia Santos demonstra ter mais medo que confiança na polícia. "Deveria haver um posto policial mais perto. Mas os policiais precisam ser mais honestos", afirma.
A insegurança, apontada por 37% dos entrevistados como a maior desvantagem de São Paulo, faz os moradores alterarem a rotina. "Meu ponto de ônibus fica perto de uma praça. Como é escura, saio do ônibus apenas quando há mais alguém para descer", diz a garçonete Eneida Cavalli, 34.


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