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Beleza e história são motivos de orgulho
A região sul 1, que abriga o Museu do Ipiranga e o
parque da Independência, é habitada por uma
maioria que freqüenta áreas verdes, não dispensa
um jantar em bons restaurantes, gosta de vários
gêneros musicais e só reclama de precisar buscar
opções de lazer em zonas mais distantes
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
Símbolo do patrimônio histórico
do país, o Museu Paulista (conhecido
como Museu do Ipiranga) é o grande
orgulho dos moradores da região sul 1
-composta pelos distritos de Cursino, Ipiranga e Sacomã.
"O que mais gosto aqui é o museu
porque, além de ponto turístico, mostra que o bairro é histórico", afirma a
vendedora Herriete Barbosa, 26.
Dos entrevistados pelo Datafolha,
13% citaram o museu como o lugar
mais bonito de São Paulo.
Na região, 72% dos entrevistados dizem freqüentar, nos momentos de lazer, parques e jardins -entre eles o
parque da Independência, que fica na
área do museu.
Herriete Barbosa e sua amiga Vanessa Alves Santiago, 23, dizem ter o hábito de freqüentar não apenas o parque
da Independência, mas outras áreas
verdes da cidade.
Outro aspecto comum às duas amigas e aos moradores da área se refere à
alimentação: elas estão entre os 83%
dos entrevistados que comem arroz e
feijão com freqüência.
Ainda nessa área, 64% dos moradores costumam freqüentar restaurantes, conforme a pesquisa. Entre eles está a consultora de empresas Valciria
Serra, 45, que sai pouco à noite, mas
normalmente almoça fora e não abre
mão de jantar em "bons restaurantes"
pelo menos uma vez por mês.
Ela reclama da falta de alternativas
de lazer perto de casa. "Não há muita
opção cultural na área. Procuro lazer
em outros bairros. Tampouco há restaurantes. Quando quero comida de
qualidade, vou para Moema ou para a
Vila Mariana", afirma.
Música
Em relação à música, a consultora
aprecia a clássica, assim como 6% dos
entrevistados na região, e a MPB, também citada por 13%. O gênero musical
mais ouvido pelos entrevistados, porém, é o sertanejo (23%). Samba e pagode ficam em segundo lugar, com
14% da preferência.
Quanto à moradia, Valcíria Serra julga seu apartamento igual aos demais
que conhece -opinião de 62%. A dona-de-casa Suely Genzini Boromello,
51, também considera o lugar onde vive parecido com os outros. Ela deixou
a zona leste há 30 anos para morar no
Ipiranga e o que mais lhe agrada é a
proximidade com o centro.
"O acesso ao centro é fácil. Também
posso ir a pé ao banco, e há supermercados e academias próximos", diz.
Diferentemente da maioria dos moradores, Suely Boromello come arroz e
feijão apenas uma vez por semana.
"Sou de família italiana e vario com
sopas, macarrão e tortas", conta. Mas,
como grande parte dos moradores da
área, ela se diz fã do Museu do Ipiranga, onde faz caminhadas.
O porteiro Genildo Soares Menezes,
22, e sua mulher, Adélia Oliveira dos
Santos, 26, também freqüentam o museu. "Nosso filho gosta de brincar no
parquinho daqui", diz Adélia Santos.
Eles são de Recife, capital de Pernambuco -Estado de onde chegaram 6% dos entrevistados.
Polícia honesta
Assim como 57% das pessoas ouvidas pelo Datafolha, Adélia Santos demonstra ter mais medo que confiança
na polícia. "Deveria haver um posto
policial mais perto. Mas os policiais
precisam ser mais honestos", afirma.
A insegurança, apontada por 37%
dos entrevistados como a maior desvantagem de São Paulo, faz os moradores alterarem a rotina. "Meu ponto
de ônibus fica perto de uma praça. Como é escura, saio do ônibus apenas
quando há mais alguém para descer",
diz a garçonete Eneida Cavalli, 34.
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