São Paulo, domingo, 01 de junho de 2008

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garimpo

África vê ouros crescerem mais que economias

PAÍSES AFRICANOS, APESAR DE SEUS CENÁRIOS DE POBREZA, CONSEGUEM FORJAR ATLETAS DE ELITE E SUBIR NO QUADRO DE MEDALHAS

DA REPORTAGEM LOCAL

Para a África, mais pobre dos continentes, é mais fácil fazer o número de medalhas olímpicas crescer do que suas combalidas economias.
Em 1988, a África era responsável por 1,8% do PIB mundial. Naquele ano, nos Jogos de Seul, 2,5% dos ouros ficaram com africanos -foram cinco para o Quênia e um para o Marrocos.
Há quatro anos, em Atenas, a participação africana no topo do pódio ficou em 3%, com nove ouros obtidos por competidores de sete países diferentes.
Enquanto isso, no PIB mundial, a participação africana em 2004 era ainda menor do que em 1988 -só 1,7%.
A baixa qualidade de vida do continente também não impede histórias de sucesso olímpico. No último ranking do IDH, índice que mede o desenvolvimento humano, a Etiópia apareceu em 169º lugar entre 177 países. Mesmo assim, levou sete medalhas na Grécia -duas de ouro. Todas no atletismo, mas com seis atletas diferentes.
Fora da África também existe vida olímpica de qualidade em países pobres. Cuba vem caindo de produção, mas, em Atenas-04, ganhou nove ouros, mesmo número da Grã-Bretanha, com população e economia várias vezes maiores.
A América do Sul ficou com nove ouros nos últimos Jogos, o triplo do obtido em Seul.
Países do sudeste asiático, como Tailândia e Indonésia, também foram ao pódio com alguma freqüência em Atenas -os dois somaram 12 medalhas, sendo quatro de ouro.

Romênia
Jan Zelezny
Estreou nos Jogos em 1988 como recordista mundial de lançamento de dardo. Ele bateu o recorde nas eliminatórias, mas perdeu a final. Em Barcelona-1992, recuperou-se e levou o ouro. Repetiu o feito em Atlanta-1996 e Sydney-2000. É o único de sua prova a ter três medalhas douradas em Olimpíadas

Cuba
Orestes Kindelán
Disputou os três primeiros torneios olímpicos de beisebol e levou dois ouros (1992 e 1996) e uma prata (2000). Em sua carreira como amador, o jogador acertou 487 home runs, jogada máxima do beisebol. Em 2002, aos 38 anos, deixou Cuba para atuar em liga japonesa pelo Shidax

Quênia
Ezekiel Kemboi Cheboi
Os fundistas quenianos tiveram de se contentar com só um ouro em Atenas-2004, de Cheboi, nos 3.000 m com obstáculos. Ele começou tarde no atletismo, aos 19 anos, quando deixou a escola e se tornou campeão africano nas categorias de base

Irã
Rasul Khadem Azghadi
Conquistou um bronze na luta livre em Barcelona-1992 e, quatro anos depois, obteve o único ouro de seu país em Atlanta. O atleta também acumula os títulos mundiais de 1994 e 1995. Azghadi era treinado por seu pai, Mohammed Khadem

Cazaquistão
Olga Shishigina
Estrela do atletismo do país, Olga conquistou a medalha de ouro nos 100 m com barreiras em Sydney-2000. O feito marcou a volta por cima da corredora. Entre 1996 e 1998, ela ficou sem competir após ser punida por teste positivo em antidoping


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