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Celebridades desdenham do evento e desfalcam equipe brasileira na busca por medalhas
Deserção de estrelas tira brilho da maior delegação
Nunca existiu uma delegação tão numerosa. Nunca
se despendeu tanto dinheiro na preparação dos
competidores. Nunca se
criou uma expectativa tão intensa
para a conquista de medalhas.
A equipe que vai defender o
Brasil no Pan-Americano de Santo Domingo, no entanto, não é
composta apenas de superlativos.
Um punhado de celebridades
do esporte nacional desdenhou
do evento, considerado pelo Comitê Olímpico Brasileiro o mais
importante da temporada.
No contingente de 479 competidores que vai à República Dominicana, há clarões significativos. É
o caso, por exemplo, do astro do
tênis nacional, o ex-líder do ranking mundial Gustavo Kuerten.
O tenista integrou o selecionado
do COB na Olimpíada de Sydney-2000, mas, em 2003, preferiu seguir disputando o milionário circuito da ATP a optar pelo Pan.
Situação semelhante vive a dupla de vôlei de praia Adriana Behar e Shelda. Medalha de prata na
Austrália, elas defendem o título
do Circuito Mundial, que vale vaga na Olimpíada de 2004.
Assim, a dupla optou por descartar o Pan para não ficar de fora
da etapa do Grand Slam da Áustria, que vale mais pontos do que
as demais do circuito.
A parceria brasileira em Santo
Domingo será Ana Richa/Larissa,
que ocupa a segunda colocação
no ranking brasileiro.
"Gostaríamos de ir ao Pan, de
defender o país, mas não podemos abrir mão desses pontos porque são vitais para o nosso sonho
de ir a Atenas", disse Behar.
A Confederação Brasileira de
Vôlei chegou a pedir à Organização Desportiva Pan-Americana
para adiar o início do vôlei de
praia para o dia 4, a fim de viabilizar a ida das jogadoras, mas não
obteve êxito. A competição começa amanhã, dia 2.
Do vôlei surge ainda outro problema. Apesar de a equipe masculina ir completa, com os jogadores
campeões da Liga Mundial deste
ano, a feminina será representada
por um grupo bem mais jovem.
A decisão foi tomada porque a
seleção adulta estaria disputando
a fase final do Grand Prix, um torneio mais lucrativo e competitivo.
A equipe, no entanto, caiu logo na
primeira fase e obteve seu pior resultado na história do evento.
Mesmo assim, o Brasil será representado por uma seleção B no
Pan, formada por uma base juvenil e mais três jogadoras adultas.
Os principais atletas brasileiros
no basquete também não viajarão
a Santo Domingo.
O armador Leandrinho e o pivô
Nenê seguem na NBA. Janeth,
Helen e Iziane estarão na WNBA.
Quando o critério não é exclusivamente técnico, surgem os entraves burocráticos, como o que
atrapalhou Rodrigo Pessoa.
O principal ginete do país desistiu do Pan por problemas com as
autoridades sanitárias européias.
Para ir à República Dominicana,
Giffard, sua montaria, teria que
tomar uma vacina contra a encefalomielite venezuelana, doença
comum na América Central.
Pelas normas da União Européia, porém, Giffard teria que passar três meses na América antes
de voltar, já que não há ocorrência
dessa doença no velho continente. Tanto tempo parado seria prejudicial ao cavalo, uma das apostas de Pessoa para Atenas-2004.
Sem o ginete, o Brasil tentará
conquistar a vaga por equipe na
próxima Olimpíada.
"São 13 anos de serviços prestados à equipe brasileira. Gostaria
muito de ajudar na classificação
para os Jogos. Mas pretendo estar
lutando por medalhas em Atenas", afirmou Pessoa.
Os problemas de infra-estrutura
também atrapalharam a ida das
estrelas brasileiras.
A CBF ameaçou não mandar
uma seleção de futebol ao Pan
com a alegação de que as instalações do evento seriam de baixa
qualidade. Depois de pressão do
governo, cedeu, mas enviou a seleção sub-20. A seleção feminina,
no entanto, competirá completa.
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