UOL


São Paulo, sexta-feira, 01 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice




Lamberto Ramenzoni

Atleta que obteve a vaga na Justiça vai ao Pan para calar seus opositores

Melhor do Brasil atira e dá a cara para bater

Gustavo Roth/Folha Imagem
Lamberto Ramenzoni treina para o Pan-Americano de Santo Domingo no Clube Paulistano de Tiro, no Horto Florestal, em São Paulo


Para um atirador, manusear bem sua arma é a única forma de conseguir uma vaga no Pan.
Mas, no caso de Lamberto Ramenzoni, não bastou ser o melhor. O líder do ranking brasileiro da fossa olímpica só obteve seu lugar em Santo Domingo graças a uma ação vitoriosa na Justiça.
Após fazer uma série de denúncias contra a Confederação Brasileira de Tiro Esportivo, ele passou quase seis meses se livrando de suspensões que o tirariam do Pan.
"Fiz [as denúncias] para endireitar o tiro. No início, achei que teria respaldo, mas depois fiquei sozinho. Tudo bem, sempre dei a cara para bater mesmo", afirma.
Falante, Ramenzoni não poupa adjetivos negativos para classificar seus desafetos. Não parece o atleta frio que, em silêncio, atira nos pratos que voam pelo campo.
O impulso e a agressividade que o levaram a comprar briga com os cartolas, ele tenta controlar com meditação, que pratica há quatro anos. Para apurar a mira, faz tiro mentalizado: fecha os olhos, imagina os pratos e atira.
"O autoconhecimento e o autocontrole são as únicas formas que você tem para enfrentar os momentos de pressão", ensina.
Ramenzoni começou a atirar aos 11 anos por influência do pai, caçador e colecionador de armas. Um ano depois, conquistou seu primeiro prêmio. Só parou em 1984, quando foi estudar administração de empresas. Mas, seis anos mais tarde, não resistiu à saudade e voltou ao esporte.
"Na minha escala de valores vem a família em primeiro, depois o tiro e, em terceiro, vem o trabalho, que só serve para bancar os outros dois", conta.
E é justamente com a família que Ramenzoni, 37, perde a aura de durão. O atleta, que gosta de passar as horas vagas tomando cerveja na praia, classifica-se como o "pai babão" de Francesca, 3.
"Quem manda em mim são ela e a minha mulher. Aliás, para mandar em mim, só mulher mesmo", diz ele, casado há dez anos.


Texto Anterior: País aposta em equipe experiente e vencedora
Próximo Texto: Treino forçado
Índice

UOL
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Universo Online ou do detentor do copyright.