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NA INTERNET
Ordem de exclusão foi dada às 12h30 de ontem
Proibida, imagem de deficiente físico é mantida em site do candidato Maluf
CATIA SEABRA
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
A página na internet do candidato a prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PP), ignorou decisão judicial e disponibilizou ontem um
vídeo com a imagem de um deficiente físico dizendo ter levado
um calote de José Serra (PSDB).
A ordem para excluir o vídeo do
site foi expedida às 12h30 de ontem pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral
Paulo Sérgio Galidia. Às 18h30,
após ser alertado pelo advogado
da campanha de Serra, Ricardo
Penteado, de que o mesmo ainda
estava disponível, Galidia conferiu pessoalmente a denúncia e determinou a retirada do site inteiro
do ar. Às 18h50, a página do PP
(www.paulomaluf11.com.br) não
podia mais ser acessada.
O vídeo de 18 segundos começa
com a imagem das pernas de Alexandre Arêas e, na medida em
que a câmara vai subindo, é mostrada a cadeira de rodas. A mesma
cena foi utilizada no polêmico
programa eleitoral de Maluf do
dia 22 -foi por conta dele que o
candidato foi punido com a perda
quase integral de tempo no horário gratuito de TV e de rádio.
No vídeo, Arêas diz: "Trabalhei
com o Serra na últimas eleições
para presidente. Não tem outro
nome para falar: levei um calote.
Se ele dá um calote num deficiente físico, meu amigo, minha amiga, o que ele pode fazer com você?
No programa exibido na TV,
após a deixa de Arêas, o marqueteiro Marcelo Teixeira incluiu o
testemunho de seis pessoas do
Recife que, pela montagem, parecem criticar Serra. Às 18h30, o
coordenador da campanha malufista, Jesse Ribeiro, disse que desconhecia a exibição do vídeo e iria
determinar sua retirada imediata.
Mais tarde, o site de Maluf voltou
ao ar, já sem a imagem de Arêas.
Os tucanos dizem que o nome
de Arêas não consta na lista de
funcionários da campanha de
2002. Se trabalhou, foi por meio
de empresa terceirizada.
O juiz eleitoral disse ontem que
irá apurar e, se for o caso, responsabilizar Maluf por crime de desobediência. "Até imprimi a página
para demonstrar que, às 18h30m,
ainda estava no ar", disse.
Segundo Galidia, neste momento final da campanha, em que sanções como perda de tempo não
podem ser mais aplicadas, os políticos afrontam a legislação por
apostar que o resultado político
será maior do que o ônus jurídico.
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