São Paulo, sexta-feira, 01 de outubro de 2004

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NA INTERNET

Ordem de exclusão foi dada às 12h30 de ontem

Proibida, imagem de deficiente físico é mantida em site do candidato Maluf

CATIA SEABRA
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

A página na internet do candidato a prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PP), ignorou decisão judicial e disponibilizou ontem um vídeo com a imagem de um deficiente físico dizendo ter levado um calote de José Serra (PSDB).
A ordem para excluir o vídeo do site foi expedida às 12h30 de ontem pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral Paulo Sérgio Galidia. Às 18h30, após ser alertado pelo advogado da campanha de Serra, Ricardo Penteado, de que o mesmo ainda estava disponível, Galidia conferiu pessoalmente a denúncia e determinou a retirada do site inteiro do ar. Às 18h50, a página do PP (www.paulomaluf11.com.br) não podia mais ser acessada.
O vídeo de 18 segundos começa com a imagem das pernas de Alexandre Arêas e, na medida em que a câmara vai subindo, é mostrada a cadeira de rodas. A mesma cena foi utilizada no polêmico programa eleitoral de Maluf do dia 22 -foi por conta dele que o candidato foi punido com a perda quase integral de tempo no horário gratuito de TV e de rádio.
No vídeo, Arêas diz: "Trabalhei com o Serra na últimas eleições para presidente. Não tem outro nome para falar: levei um calote. Se ele dá um calote num deficiente físico, meu amigo, minha amiga, o que ele pode fazer com você?
No programa exibido na TV, após a deixa de Arêas, o marqueteiro Marcelo Teixeira incluiu o testemunho de seis pessoas do Recife que, pela montagem, parecem criticar Serra. Às 18h30, o coordenador da campanha malufista, Jesse Ribeiro, disse que desconhecia a exibição do vídeo e iria determinar sua retirada imediata. Mais tarde, o site de Maluf voltou ao ar, já sem a imagem de Arêas.
Os tucanos dizem que o nome de Arêas não consta na lista de funcionários da campanha de 2002. Se trabalhou, foi por meio de empresa terceirizada.
O juiz eleitoral disse ontem que irá apurar e, se for o caso, responsabilizar Maluf por crime de desobediência. "Até imprimi a página para demonstrar que, às 18h30m, ainda estava no ar", disse.
Segundo Galidia, neste momento final da campanha, em que sanções como perda de tempo não podem ser mais aplicadas, os políticos afrontam a legislação por apostar que o resultado político será maior do que o ônus jurídico.


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