São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2006

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Serra elogia atuação da PF no caso dossiê

DA REPORTAGEM LOCAL

O tucano José Serra disse ontem que ficou muito satisfeito com a atuação da Polícia Federal na apuração do dossiê contra ele.
Além disso, o candidato do PSDB ao governo paulista afirmou que não há motivo para celeuma sobre a divulgação ou não das fotos do dinheiro apreendido pela PF. Para o tucano, as imagens são um assunto secundário diante do bom trabalho feito pela polícia.
"A Polícia Federal atuou com muita rapidez nesse episódio [da compra do dossiê] naquilo que era o mais essencial. O mais essencial não é a foto, o mais essencial foi a descoberta de uma armação, de uma baixaria, e eu fiquei muito satisfeito com a atuação da Polícia Federal. A questão da foto para mim é secundária", disse Serra, que continuou a elogiar a polícia.
"A PF é independente. O governo que acha que monitora a PF está muito enganado. Acho graça quando a gente ouve que tal partido controla a polícia, ou o próprio governo Lula ou o governo Fernando Henrique. Ninguém controla, tem uma dinâmica própria. Quem conhece sabe disso."
A divulgação das fotos se transformou em um "cavalo de batalha" da campanha do também tucano Geraldo Alckmin à Presidência. O PSDB espera que a divulgação das imagens do dinheiro que seria usado para a compra do dossiê ajude a provocar um segundo turno contra Luiz Inácio Lula da Silva. A divulgação foi feita anteontem por uma pessoa ligada à PF que não quis se identificar.
Serra também rebateu -delicadamente- a afirmação do ministro Tarso Genro. Ele disse que a divulgação das fotos foi uma articulação entre o PSDB e setores da PF para atrapalhar o PT e o candidato Lula a vencer as eleições deste ano.
"É absurdo. Para não dizer ridículo. Você acha que tucano tem competência para vazar foto da Polícia Federal? Tucano não sabe escutar conversa nem atrás da fechadura", ironizou Serra. Em seguida, o tucano amenizou suas declarações sobre o ministro Tarso.
"Fiquei surpreso [com as declarações do ministro]. O Tarso Genro me parece mais sensato do que as declarações que ele tem dado nos últimos dias", disse Serra. "Acho que é aflição. Eu já vivi muitos momentos, apesar de eu não ser tão velho, eu já vivi bastante para entender quando as pessoas falam por aflição, por pura emoção, sem nada de racionalidade", concluiu o tucano.

Segundo turno
Serra também falou sobre a hipótese de Alckmin ir ao segundo turno contra Lula, possibilidade que parece cada vez mais real diante das mais recentes pesquisas, como o Datafolha de hoje.
Questionado sobre se poderia vir a ser o principal cabo eleitoral de Alckmin em um eventual segundo turno, principalmente se for eleito ainda hoje para ocupar o Palácio dos Bandeirantes, como apontam os levantamentos, Serra afirmou: "Não vou ser o principal, mas vou ser um daqueles que vai ajudar a ganhar no segundo turno e estou torcendo para que vá para o segundo turno. Dizer que vou ser o principal é muita pretensão. Em São Paulo é onde Alckmin está melhor. Vou participar da campanha".
Tucanos próximos a Alckmin esperam que Serra se dedique bastante à campanha do presidenciável em um segundo turno para aumentar a vantagem no principal colégio eleitoral do país. Alckmin vence Lula em São Paulo. (LEANDRO BEGUOCI)


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