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MARANHÃO
Favorita, Roseana esconde sobrenome Sarney
ADRIANO CEOLIN
ENVIADO ESPECIAL A SÃO LUÍS
Usado para batizar ponte,
rua e prédio público no Maranhão, o sobrenome Sarney ficou de fora do material de campanha da candidata Roseana
(PFL), que é apontada como favorita para voltar a comandar o
governo do Estado. Ela tem como principais adversários Edson Vidigal (PSB), Aderson Lago (PSDB) e Jackson Lago
(PDT), único com chances de ir
ao segundo turno.
A omissão do sobrenome do
pai, o senador e ex-presidente
José Sarney (PMDB-AP), é vista pelos adversários como uma
estratégia de comunicação para
evitar críticas. "Dizem que ela é
uma guerreira. Só se for guerreira de butique. Ela representa
uma oligarquia que há 40 anos
controla o Estado", diz Lago.
Aliados de Roseana negam
que a omissão do sobrenome
Sarney no material de campanha da candidata do PFL faça
parte de uma estratégia de comunicação. Lembram ainda
que ela já foi eleita governadora
por duas vezes, em 1994 e 1998,
e senadora, em 2002.
"Essa questão do nome pode
ter algum efeito em São Luís.
Em 2002, ela já usou só Roseana", disse Ricardo Murad
(PMDB), candidato a deputado
estadual e cunhado de Roseana.
"Agora, no interior o presidente José Sarney é adorado pela
população", completou Ricardo, irmão de Jorge Murad, marido da pefelista envolvido no
caso Lunus em 2002.
José Sarney foi nomeado governador pela ditadura militar
em 1966. Desde então, apenas
políticos indicados por ele conseguiram chegar ao governo do
Maranhão. O último deles, o
atual governador José Reinaldo Tavares (PSB), se desentendeu com a família no seu segundo ano de mandato.
Ele culpa Roseana pelo rompimento. "Ela queria mandar
no meu governo. Quando viu
que não podia, resolveu colocar
toda a mídia da família contra
mim", disse Tavares. Os Sarney
são donos do principal jornal
do Estado e da emissora de TV
afiliada à Rede Globo.
Ex-amigo
Entre 1998 e 2002, Tavares
foi vice de Roseana e gozava da
amizade de José Sarney havia
38 anos. O governador admite
que os desentendimentos com
ela foram fomentados pelo o
mau relacionamento entre Roseana e a ex-mulher dele Alexandra. Rompido com os Sarney, Tavares procurou os principais adversários da família,
como Lago e Jackson. Esse último chegou a anunciar a criação
da "Frente de Libertação do
Maranhão", da qual seria representante na eleição.
Jackson, porém, não contava
com o desejo de se candidatar
do então presidente do STJ
(Superior Tribunal de Justiça),
Edson Vidigal -também um
ex-aliado de Sarney. Depois de
se aposentar como ministro,
Vidigal entrou no PSB, mesmo
partido escolhido por Tavares.
Mais tarde, o governador
acabou lançando a candidatura
de Jackson e Vidigal. "Ele [Tavares] achou que fosse melhor
assim. Temia que a disputa ficasse polarizada", disse Jackson, que conta com o apoio da
prefeitura de São Luís administrada por Tadeu Palácio (PDT).
Com suas forças divididas, os
candidatos apoiados por Tavares não conseguiram superar o
favoritismo de Roseana. Ela se
manteve à frente das pesquisas
desde o início da corrida eleitoral. Os ataques não surtiram o
efeito esperado. Aderson foi
quem mais criticou Roseana e
não conseguiu atingir dois dígitos em pesquisas.
"Nunca fui para a televisão
para bater nem xingar ninguém", disse Roseana, no comício de encerramento de sua
campanha em São Luís, na última quinta-feira. No oportunidade, Roseana foi chamada
apenas de "Roseana" pelo locutor do comício. "O uso do nome
[Sarney] não acrescenta nem
atrapalha em nada", disse o deputado e candidato à reeleição
Sarney Filho (PV-MA).
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