JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA

Estado pioneiro na implantação do programa social mais alardeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Fome Zero (hoje o Bolsa-Família), o Piauí deve manter o governador petista e candidato à reeleição, Wellington Dias, 44, no comando do governo nos próximos quatro anos.
Apontado como o favorito ao cargo pelas pesquisas, que indicam sua vitória no primeiro turno, o petista é um dos principais aliados do presidente e teve na promoção de programas sociais com o governo federal um dos motes de sua campanha eleitoral.
A relação próxima entre Wellington Dias e Lula e um suposto favorecimento do governo federal ao Piauí foram questionados pelos dois principais rivais do governador na disputa: o senador Francisco de Assis de Moraes Souza, o Mão Santa (PMDB), 63, e Firmino Filho (PSDB), 42.
Em 2005, o Estado foi o terceiro com o maior volume de recursos liberados pelo governo federal: R$ 92 milhões, segundo o Siaf (sistema do Tesouro Nacional de acompanhamento dos gastos federais).
As coligações lideradas por Mão Santa e Firmino Filho entraram com pedidos de cassação do registro da candidatura do petista com base em relatório do TCU (Tribunal de Contas da União). O tribunal apontou supostas irregularidades na transferência de verbas da União para o Piauí. Os pedidos foram indeferidos pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral).

Pobres
Seguindo a mesma tendência de Lula, que conta com a maior parte de seus eleitores na população de baixa renda, Wellington Dias tem entre os mais pobres do Estado o seu principal reduto de votos.
Programas sociais implantados, como Cravo e Cidadão Mirim, destinado a jovens de baixa renda, foram utilizados durante a campanha como realizações do petista no Estado.
Adotado de forma piloto no município de Guaribas (682 km de Teresina), o Fome Zero foi encampado pelo Bolsa-Família, que Lula atribui como sua principal realização.
No Estado, conforme dados da Secretaria da Assistência Social, 362 mil pessoas são beneficiadas com recursos do Bolsa-Família, do governo federal.

Ataques
Os ataques entre os candidatos durante a campanha resultaram em torno de 400 representações na Justiça Eleitoral envolvendo as três principais coligações, de acordo com dados do TRE.
A maior parte delas se relacionou a pedidos de direito de resposta nos programas do horário eleitoral dos rivais.
Até um boneco de pano batizado de "Pitóquio" pelos adversários do PT surgiu em comício de campanha do senador Mão Santa. Os partidos rivais do PT foram obrigados pela Justiça Eleitoral a não usar o boneco como propaganda política e no horário eleitoral.
Além dos candidatos do PT, PMDB e PSDB, disputam o pleito Edna Nascimento (PSOL), Major Avelar (PSL), Francisco Macedo (PMN), Jonas Moura (PSDC) e Lourdes Melo (PCO).


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