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PRESIDÊNCIA / ESTRATÉGIAS PARA O 2º TURNO
Coligação de Alckmin mira apoio do PDT
Roteiro de viagens começa pelos Estados em que tucano foi derrotado por margem superior a 10% dos votos válidos
Logística de distribuição de material de divulgação será reformulada e coordenador de campanha acredita que
"o Lula blindado acabou"
SILVIO NAVARRO
EM SÃO PAULO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Eufóricos com a chegada ao
segundo turno, tucanos e pefelistas que comandam a campanha de Geraldo Alckmin apontam a formalização do apoio do
PDT e o mapa resultante das
eleições estaduais já definidas
como os principais trunfos para derrotar o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT).
A avaliação do comando da
campanha é que a vitória folgada de José Serra (SP) e Aécio
Neves (MG), além de outros cenários favoráveis pelo país, poderão gerar uma onda de engajamento nos Estados, sanando
um dos pontos considerados
deficitários no primeiro turno.
"Agora é mobilização, não só
da militância, mas dos líderes
partidários. Os governadores
eleitos terão mais liberdade para atuar", disse Sidney Beraldo,
presidente do PSDB (SP).
A partir do mapa que sai das
urnas, a intenção é desenhar
uma agenda de viagens direcionada inicialmente aos Estados
onde o tucano perdeu por margem superior a 10% dos votos
válidos. Também será reformulada a logística de distribuição
de material de campanha.
No Nordeste, estão as duas
maiores "dores de cabeça" da
campanha: Bahia e Pernambuco. No caso da Bahia, o temor é
pelo impacto da derrota da derrota do governador Paulo Souto (PFL) para Jaques Wagner
(PT). A Bahia é o quarto maior
colégio eleitoral do país, o
maior do Nordeste. A derrota
de Souto mina a hegemonia do
grupo do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) no Estado,
onde o PSDB também não teve
desempenho favorável.
Em Pernambuco, outro colégio com acentuada densidade
eleitoral, Alckmin teve um dos
seus piores desempenhos. A
saída anunciada é o auxílio do
senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB), ex-governador.
"O Lula era blindado, agora
acabou", disse o coordenador
da campanha, senador Sérgio
Guerra (PSDB-PE). "A temperatura agora vai ser outra."
Outro fator apontado como
positivo a partir de agora é o
fim dos chamados "palanques
duplos" -onde PSDB e PFL
disputaram o governo ou o Senado-, que geravam constante
"saia justa" ao candidato.
Os próximos passos da campanha tucana também incluem
a costura de uma declaração de
apoio formal do PDT, que seria
verbalizada pelo candidato derrotado à Presidência, Cristovam Buarque (DF). Segundo a
Folha apurou com integrantes
do comando da campanha, a
aliança com o PDT vem sendo
negociada desde a semana passada e foi fechada pouco antes
do debate da TV Globo, na última quinta-feira.
"Ter segundo turno é bom,
estamos em contato com o
Cristovam e esperamos poder
conversar [com o PSDB]. A
tendência nossa é compor com
o Alckmin", afirmou o presidente estadual do PDT, Paulo
Pereira da Silva, o Paulinho da
Força Sindical.
Um das reivindicações do
PDT para encampar a candidatura de Alckmin é a participação no futuro governo Serra.
No caso da candidata do
PSOL, Heloísa Helena, o discurso é que será muito difícil
uma aproximação, mas a avaliação é que os pronunciamentos dela na tribuna do Senado
contra o governo Lula já produziriam um efeito favorável.
A assessoria jurídica da campanha tem ainda a expectativa
de desdobramentos favoráveis
da investigação contra Lula em
curso na Justiça Eleitoral.
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