São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2006

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PRESIDÊNCIA / ESTRATÉGIAS PARA O 2º TURNO

Coligação de Alckmin mira apoio do PDT

Roteiro de viagens começa pelos Estados em que tucano foi derrotado por margem superior a 10% dos votos válidos

Logística de distribuição de material de divulgação será reformulada e coordenador de campanha acredita que "o Lula blindado acabou"


SILVIO NAVARRO
EM SÃO PAULO

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
CATIA SEABRA

DA REPORTAGEM LOCAL

Eufóricos com a chegada ao segundo turno, tucanos e pefelistas que comandam a campanha de Geraldo Alckmin apontam a formalização do apoio do PDT e o mapa resultante das eleições estaduais já definidas como os principais trunfos para derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A avaliação do comando da campanha é que a vitória folgada de José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), além de outros cenários favoráveis pelo país, poderão gerar uma onda de engajamento nos Estados, sanando um dos pontos considerados deficitários no primeiro turno.
"Agora é mobilização, não só da militância, mas dos líderes partidários. Os governadores eleitos terão mais liberdade para atuar", disse Sidney Beraldo, presidente do PSDB (SP).
A partir do mapa que sai das urnas, a intenção é desenhar uma agenda de viagens direcionada inicialmente aos Estados onde o tucano perdeu por margem superior a 10% dos votos válidos. Também será reformulada a logística de distribuição de material de campanha.
No Nordeste, estão as duas maiores "dores de cabeça" da campanha: Bahia e Pernambuco. No caso da Bahia, o temor é pelo impacto da derrota da derrota do governador Paulo Souto (PFL) para Jaques Wagner (PT). A Bahia é o quarto maior colégio eleitoral do país, o maior do Nordeste. A derrota de Souto mina a hegemonia do grupo do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) no Estado, onde o PSDB também não teve desempenho favorável.
Em Pernambuco, outro colégio com acentuada densidade eleitoral, Alckmin teve um dos seus piores desempenhos. A saída anunciada é o auxílio do senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB), ex-governador.
"O Lula era blindado, agora acabou", disse o coordenador da campanha, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). "A temperatura agora vai ser outra."
Outro fator apontado como positivo a partir de agora é o fim dos chamados "palanques duplos" -onde PSDB e PFL disputaram o governo ou o Senado-, que geravam constante "saia justa" ao candidato.
Os próximos passos da campanha tucana também incluem a costura de uma declaração de apoio formal do PDT, que seria verbalizada pelo candidato derrotado à Presidência, Cristovam Buarque (DF). Segundo a Folha apurou com integrantes do comando da campanha, a aliança com o PDT vem sendo negociada desde a semana passada e foi fechada pouco antes do debate da TV Globo, na última quinta-feira.
"Ter segundo turno é bom, estamos em contato com o Cristovam e esperamos poder conversar [com o PSDB]. A tendência nossa é compor com o Alckmin", afirmou o presidente estadual do PDT, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical.
Um das reivindicações do PDT para encampar a candidatura de Alckmin é a participação no futuro governo Serra.
No caso da candidata do PSOL, Heloísa Helena, o discurso é que será muito difícil uma aproximação, mas a avaliação é que os pronunciamentos dela na tribuna do Senado contra o governo Lula já produziriam um efeito favorável.
A assessoria jurídica da campanha tem ainda a expectativa de desdobramentos favoráveis da investigação contra Lula em curso na Justiça Eleitoral.


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