São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2006

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ESTRELAS CADENTES

Medalhões vêem queda de seu prestígio junto ao eleitorado

Caciques dos principais partidos do país têm votação menor em relação à última vez em que se candidataram; Mercadante perde quase 4 milhões de votos

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Alguns até sobreviveram. Mas a eleição de ontem ceifou o prestígio de muitos figurões.
Todos eles tiveram votações inferiores em seus Estados ao que conseguiram na vez anterior em que se candidataram (excluindo os pleitos municipais). Assim, foram derrotados ou eleitos e passaram para o segundo turno com votações mais magras.
Isso aconteceu com gente da situação e da oposição. No primeiro caso, o tombo mais dramático foi o sofrido pelo senador Aloizio Mercadante. Com 96,9% dos votos apurados, ele havia sido o escolhido para o cargo de governador por 6,5 milhões dos paulistas. Dessa forma, teve quase 4 milhões a menos que conseguiu em 2002, quando foi o senador mais votado em todo o país.
O tempo que passou no ministério de Lula, na Secretaria Especial dos Direitos Humanos, teve efeito negativo no desempenho do petista Nilmário Miranda. Em 2002, ele também foi batido pelo então deputado federal Aécio Neves (PSDB) no primeiro turno na disputa pelo governo mineiro. Mas, na época, alcançou 31% dos votos válidos. Na votação de ontem, contudo, ele terminou com apenas 22%.
Derrotados há quatro anos agora conseguiram virar o jogo. Em Alagoas, Fernando Collor havia perdido a eleição para governador para Ronaldo Lessa. Ontem, os dois disputaram o Senado. Só que Lessa, outro aliado de Lula, viu sua votação encolher 13 pontos percentuais e acabou derrotado.
Na eleição presidencial, Cristovam Buarque não conseguiu transferir seu prestígio no Distrito Federal, o qual já governou e onde havia tido 30% dos votos válidos para o Senado, há quatro anos. Ontem, teve 6% na apuração na capital do país.
A decadência de Orestes Quércia teve ontem outro capítulo. Ele recebeu menos de um milhão de votos na eleição para o governador, 4,5 milhões a menos do que teve na sua tentativa de conseguir uma vaga no Senado há quatro anos.
Os tucanos também viram nomes graduados fracassarem. Arthur Virgílio, um dos mais ácidos críticos do governo Lula, deve terminar a eleição para o governo do Amazonas apenas em terceiro lugar. Ele obteve só 5,5% dos votos válidos. No pleito de 2002, foi eleito para o Senado com 27% dos sufrágios.
O Amazonas ainda viu a derrota de seus dois principais caciques nas últimas décadas. Gilberto Mestrinho foi batido na eleição para o Senado e Amazonino Mendes perdeu a disputa para o governo.
Governadores com trabalho bem avaliado nos últimos quatro anos também viram suas cotações com o eleitor cair.
Germano Rigotto (PMDB) contabilizou agora 14 pontos percentuais a menos do que conseguiu no primeiro turno de 2002 no Rio Grande do Sul. Na Bahia, Paulo Souto teve queda de 11 pontos.
Deputado federal mais votado há quatro anos, o agora sem barba Enéas sofreu um tombo gigantesco -somou no pleito de ontem mais de 1 milhão de votos a menos que em 2002.


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