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ESTRELAS CADENTES
Medalhões vêem queda de seu prestígio junto ao eleitorado
Caciques dos principais partidos do país têm votação menor em relação à última vez em que se candidataram; Mercadante perde quase 4 milhões de votos
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Alguns até sobreviveram.
Mas a eleição de ontem ceifou o
prestígio de muitos figurões.
Todos eles tiveram votações
inferiores em seus Estados ao
que conseguiram na vez anterior em que se candidataram
(excluindo os pleitos municipais). Assim, foram derrotados
ou eleitos e passaram para o segundo turno com votações
mais magras.
Isso aconteceu com gente da
situação e da oposição. No primeiro caso, o tombo mais dramático foi o sofrido pelo senador Aloizio Mercadante. Com
96,9% dos votos apurados, ele
havia sido o escolhido para o
cargo de governador por 6,5
milhões dos paulistas. Dessa
forma, teve quase 4 milhões a
menos que conseguiu em 2002,
quando foi o senador mais votado em todo o país.
O tempo que passou no ministério de Lula, na Secretaria
Especial dos Direitos Humanos, teve efeito negativo no desempenho do petista Nilmário
Miranda. Em 2002, ele também foi batido pelo então deputado federal Aécio Neves
(PSDB) no primeiro turno na
disputa pelo governo mineiro.
Mas, na época, alcançou 31%
dos votos válidos. Na votação
de ontem, contudo, ele terminou com apenas 22%.
Derrotados há quatro anos
agora conseguiram virar o jogo.
Em Alagoas, Fernando Collor
havia perdido a eleição para governador para Ronaldo Lessa.
Ontem, os dois disputaram o
Senado. Só que Lessa, outro
aliado de Lula, viu sua votação
encolher 13 pontos percentuais
e acabou derrotado.
Na eleição presidencial, Cristovam Buarque não conseguiu
transferir seu prestígio no Distrito Federal, o qual já governou e onde havia tido 30% dos
votos válidos para o Senado, há
quatro anos. Ontem, teve 6% na
apuração na capital do país.
A decadência de Orestes
Quércia teve ontem outro capítulo. Ele recebeu menos de um
milhão de votos na eleição para
o governador, 4,5 milhões a
menos do que teve na sua tentativa de conseguir uma vaga
no Senado há quatro anos.
Os tucanos também viram
nomes graduados fracassarem.
Arthur Virgílio, um dos mais
ácidos críticos do governo Lula,
deve terminar a eleição para o
governo do Amazonas apenas
em terceiro lugar. Ele obteve só
5,5% dos votos válidos. No pleito de 2002, foi eleito para o Senado com 27% dos sufrágios.
O Amazonas ainda viu a derrota de seus dois principais caciques nas últimas décadas.
Gilberto Mestrinho foi batido
na eleição para o Senado e
Amazonino Mendes perdeu a
disputa para o governo.
Governadores com trabalho
bem avaliado nos últimos quatro anos também viram suas
cotações com o eleitor cair.
Germano Rigotto (PMDB)
contabilizou agora 14 pontos
percentuais a menos do que
conseguiu no primeiro turno
de 2002 no Rio Grande do Sul.
Na Bahia, Paulo Souto teve
queda de 11 pontos.
Deputado federal mais votado há quatro anos, o agora sem
barba Enéas sofreu um tombo
gigantesco -somou no pleito
de ontem mais de 1 milhão de
votos a menos que em 2002.
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