|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LEGISLATIVO / CÂMARA
PMDB deve ter maior bancada; PT diminui
Delfim não deve se reeleger; com 652 mil votos, Ciro Gomes obteve o maior percentual de votos em seu Estado, 16,17%
Renovação na Câmara dos Deputados deve ser inferior a 50%, em razão do grande número de parlamentares que tentaram a reeleição
CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O PMDB deve ultrapassar o
PT e se transformar no maior
partido da Câmara dos Deputados. Envolvida na sucessão de
escândalos que atingiu o governo, a legenda do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva deve,
na melhor das hipóteses, manter os 81 representantes que
possui hoje, avaliam especialistas ouvidos pela Folha.
Mesmo se o PT tiver menos
deputados do que hoje, Lula
não deve ver alterações significativas na sua base de apoio na
Câmara, caso seja reeleito. O
encolhimento do partido e de
outros aliados, como PTB, PP e
PL, deve ser compensado pelo
crescimento do PMDB, PSDB e
PC do B, avalia Antônio Augusto de Queiroz, do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).
Hoje, o presidente conta com
o apoio de 327 deputados, distribuídos no PT, PMDB, PP,
PTB, PL, PSB e PC do B -o número não leva em conta dissidências nessas siglas. O cenário
mais pessimista para o governo, segundo o Diap, é a eleição
de 300 deputados aliados. O
otimista aponta para 340, o suficiente para aprovação de
emendas constitucionais, que
exigem 308 votos.
Renovação
Apesar dos escândalos do
mensalão e dos sanguessugas, o
índice de renovação da Câmara
não deve ultrapassar os 50%,
na avaliação dos especialistas.
Isso significa que pelo menos
metade dos atuais deputados
voltará na nova legislatura.
Com cinco mandatos consecutivos, o economista Delfim
Netto (PMDB-SP) está entre os
que não devem retornar à Câmara. À 1h40 de hoje, Delfim
estava em 120º lugar na apuração, com 37,29 mil votos, insuficientes para sua reeleição.
O ex-ministro Ciro Gomes,
que vai engrossar o índice de
renovação, foi o candidato que
obteve o maior percentual de
votos em seu Estado, 16,17%, o
equivalente a 652,5 mil votos.
Em números absolutos, Ciro só
deve ter votação inferior à de
Paulo Maluf (PP-SP), que alcançou 730 mil votos.
Fernando Gabeira (PV) foi o
campeão no Rio de Janeiro,
com 293 mil votos (3,7%). Na
Bahia, ACM Neto alcançou
6,72% dos votos válidos, o equivalente a 417,15 mil.
A principal razão para a baixa
renovação é o alto número de
parlamentares que tentaram a
reeleição -84% dos 513 deputados. O percentual só é inferior aos 86% de 1998, quando a
renovação foi de apenas 41,6%,
a menor desde a redemocratização do país.
"Quanto maior o número de
deputados que se candidatam à
reeleição, menor é a renovação
da Câmara", afirma Cristiano
Noronha, da Arko Advice, que
prevê a volta de metade dos
atuais integrantes da Casa.
Noronha lembra que em
1994, quando a renovação foi
de 55%, apenas 70% dos deputados tentaram a reeleição.
Texto Anterior: Estrelas cadentes: Medalhões vêem queda de seu prestígio junto ao eleitorado Próximo Texto: O retorno: Renovação na Câmara será inferior a 50% Índice
|