São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006/LEGISLATIVO

Acusados por mensalão e máfia dos sanguessugas fracassam nas urnas

Até 45 dos 57 parlamentares alvos de suspeita que disputaram as eleições podem ficar sem um novo mandato

Conta inclui os deputados petistas Professor Luizinho e João Magno e o senador do PMDB Ney Suassuna; João Paulo é exceção à regra


RODRIGO RÖTZSCH
DA REDAÇÃO

Depois da legislatura mais marcada por escândalos desde a redemocratização do país, o Congresso não será mais o mesmo no ano que vem. Pelo menos a julgar pela saída de antigos ocupantes.
Projeção feita pela Folha com base nos dados da apuração indica que, dos 57 acusados nos escândalos do mensalão ou dos sanguessugas que disputaram a eleição, até 45 podem ficar sem um novo mandato (veja quadro ao lado).
Desses, só Serys Slhessarenko (PT-MT), que enfrenta processo de cassação no Senado por suposto envolvimento na máfia dos sanguessugas, continuará ocupando um cargo eletivo, pois foi eleita em 2002 e tem mandato até 2011. Na disputa pelo governo de Mato Grosso, ela foi a terceira, com cerca de 11% dos votos.
Dos 8 acusados pelo mensalão que enfrentaram o processo até o fim e tentaram continuar na Câmara, não devem ter sucesso Romeu Queiroz (PTB-MG), Professor Luizinho (PT-SP) e João Magno (PT-MG).
Esse último ficou marcado por ter proporcionado, ao ser absolvido pela Câmara, a "dança da pizza" de sua colega Angela Guadagnin (PT-SP), outra que não deve ser reeleita.
Nem todos os mensaleiros foram mal nas urnas: o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha deve ser o petista mais votado em São Paulo.
Para os envolvidos nos escândalos, renunciar se revelou uma boa estratégia eleitoral. Devem voltar à Câmara Valdemar Costa Neto (PL-SP) e Paulo Rocha (PT-PA), acusados pelo mensalão. Marcelino Fraga (PMDB-ES), suspeito de participação na máfia dos sanguessugas que renunciou, não teve a mesma sorte.

Sanguessugas
Ainda aguardando julgamento da Câmara, os acusados pela CPI dos Sanguessugas se saíram pior do que os mensaleiros: no máximo 14 dos 47 que disputaram as eleições devem conseguir um novo mandato.
Alguns tiveram votações irrisórias, como Ricardo Rique (PL-PB), que só foi lembrado por 99 eleitores.
Eleitos com a ajuda do 1,5 milhão de votos que Enéas (Prona-SP) teve em 2002 e agora acusados pela máfia dos sanguessugas, Amauri Gasques (PL), Irapuan Teixeira (PP), Ildeu Araújo (PP) e Vanderlei Assis (PP) não conseguiram renovar seus mandatos.
Espécie de símbolo do escândalo pelas ambulâncias que circulavam na Paraíba com seu nome impresso, Ney Suassuna (PMDB-PB), perdeu a reeleição para o Senado. Com 43,6% dos votos, foi derrotado por Cícero Lucena (PSDB).


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