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ELEIÇÕES 2006/LEGISLATIVO
Acusados por mensalão e máfia dos sanguessugas fracassam nas urnas
Até 45 dos 57 parlamentares alvos de suspeita que disputaram as eleições podem ficar sem um novo mandato
Conta inclui os deputados petistas Professor Luizinho e João Magno e o senador do PMDB Ney Suassuna; João Paulo é exceção à regra
RODRIGO RÖTZSCH
DA REDAÇÃO
Depois da legislatura mais
marcada por escândalos desde
a redemocratização do país, o
Congresso não será mais o
mesmo no ano que vem. Pelo
menos a julgar pela saída de antigos ocupantes.
Projeção feita pela Folha
com base nos dados da apuração indica que, dos 57 acusados
nos escândalos do mensalão ou
dos sanguessugas que disputaram a eleição, até 45 podem ficar sem um novo mandato (veja quadro ao lado).
Desses, só Serys Slhessarenko (PT-MT), que enfrenta processo de cassação no Senado
por suposto envolvimento na
máfia dos sanguessugas, continuará ocupando um cargo eletivo, pois foi eleita em 2002 e
tem mandato até 2011. Na disputa pelo governo de Mato
Grosso, ela foi a terceira, com
cerca de 11% dos votos.
Dos 8 acusados pelo mensalão que enfrentaram o processo até o fim e tentaram continuar na Câmara, não devem ter
sucesso Romeu Queiroz (PTB-MG), Professor Luizinho (PT-SP) e João Magno (PT-MG).
Esse último ficou marcado
por ter proporcionado, ao ser
absolvido pela Câmara, a "dança da pizza" de sua colega Angela Guadagnin (PT-SP), outra
que não deve ser reeleita.
Nem todos os mensaleiros
foram mal nas urnas: o ex-presidente da Câmara João Paulo
Cunha deve ser o petista mais
votado em São Paulo.
Para os envolvidos nos escândalos, renunciar se revelou
uma boa estratégia eleitoral.
Devem voltar à Câmara Valdemar Costa Neto (PL-SP) e Paulo Rocha (PT-PA), acusados pelo mensalão. Marcelino Fraga
(PMDB-ES), suspeito de participação na máfia dos sanguessugas que renunciou, não teve
a mesma sorte.
Sanguessugas
Ainda aguardando julgamento da Câmara, os acusados pela
CPI dos Sanguessugas se saíram pior do que os mensaleiros: no máximo 14 dos 47 que
disputaram as eleições devem
conseguir um novo mandato.
Alguns tiveram votações irrisórias, como Ricardo Rique
(PL-PB), que só foi lembrado
por 99 eleitores.
Eleitos com a ajuda do 1,5 milhão de votos que Enéas (Prona-SP) teve em 2002 e agora
acusados pela máfia dos sanguessugas, Amauri Gasques
(PL), Irapuan Teixeira (PP), Ildeu Araújo (PP) e Vanderlei Assis (PP) não conseguiram renovar seus mandatos.
Espécie de símbolo do escândalo pelas ambulâncias que circulavam na Paraíba com seu
nome impresso, Ney Suassuna
(PMDB-PB), perdeu a reeleição para o Senado. Com 43,6%
dos votos, foi derrotado por Cícero Lucena (PSDB).
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