São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2006

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Aclamado no Rio, Jefferson declara voto em Heloísa e diz que mito de Lula vai cair

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

Para um ex-deputado federal cassado, com os direitos políticos suspensos até 2015, Roberto Jefferson, presidente do PTB, parecia um candidato favorito em campanha.
Detonador da crise no governo Lula, ao denunciar o mensalão em entrevista à Folha, Jefferson caminhou pelas ruas do Rio acompanhado de fotógrafos, foi incentivado por eleitores que lhe abraçaram, apertaram suas mãos e acenaram dos edifícios.
Jefferson não parou de sorrir nem quando foi xingado por um motorista que gritou: ""Fala, safado!". ""Chegou a voz da oposição. Toda unanimidade é burra", reagiu o petebista, com uma gargalhada.
Jefferson disse que estava convencido de que transferiria à filha Cristiane Brasil, que disputou uma vaga na Câmara, e ao genro Marcus Vinicius, que concorreu à Assembléia, não só os 50 mil votos que teve em 2002, mas "milhares a mais". Cristiane, no entanto, teve 40.954 votos e não se elegeu. Com 15.914 votos, Marcus Vinicius também não se elegeu.
Jefferson votou acompanhado dos netos Christiano e Catarina. Na saída, os chamou para testemunharem que tinha votado em Heloísa Helena. Segundo ele, foi um voto de protesto.
O ex-deputado comparou Lula à seleção brasileira de futebol, lembrando que ambos assustaram os rivais com o mito da invencibilidade, mas que basta uma derrota para o mito cair. ""Quebrando o mito de invencibilidade no primeiro turno, ele perde a eleição", apostou.
Principal algoz de Jefferson, o ex-ministro José Dirceu votou em São Paulo acompanhado do auxiliar Roberto Marques. O indício de que Marques tenha recebido R$ 50 mil do "valerioduto", até hoje não comprovado, foi usado pelo deputado Júlio Delgado (PSB-MG) para pedir a cassação de Dirceu -referendada pelo plenário da Câmara.


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