São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2006

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ESTADOS/SÃO PAULO

Serra é o primeiro a vencer o governo de SP no 1º turno

Com 99% das urnas apuradas, à 0h, tucano tinha 58% dos votos válidos; o petista Aloizio Mercadante tinha 32%

Em festa no Alto de Pinheiros, governador eleito de SP disse que o "povo disse sim a uma campanha limpa" e "não às tramóias"

FABIANE LEITE
LEANDRO BEGUOCCI

DA REPORTAGEM LOCAL

O tucano José Serra, 64, foi eleito ontem governador do Estado de São Paulo. Foi a primeira vez, desde que a eleição em dois turnos foi instituída pela Constituição de 1988, que um candidato ao governo paulista se elegeu já no primeiro turno. Até então, os outros governadores tinham vencido apenas no segundo turno.
Até a 0h de ontem, com 99% das urnas apuradas no Estado, o tucano tinha 58% dos votos válidos, contra 32% de Aloizio Mercadante (PT). Orestes Quércia (PMDB) somava 4% e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), 2,48%.
Mesmo antes de a apuração ser concluída, Serra já superava o número de votos obtidos por Alckmin no primeiro turno em 2002 -12,4 milhões contra 7,5 milhões do ex-governador.
"O povo disse sim a uma campanha limpa, às nossas propostas. Disse não às tramóias", disse Serra na festa da coligação que o apóia na Estação São Paulo, no Alto de Pinheiros, para onde se dirigiu ontem por volta das 23h40.
"Eu queria agradecer muito ao povo de São Paulo, ao povo da minha cidade de São Paulo que não apenas soube entender as razões do meu afastamento da prefeitura como também me proporcionou uma grande vitória na maior cidade do Brasil", disse o tucano.
Na comemoração, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, parabenizou Serra pela "votação histórica". O governador eleito, por sua vez, afirmou ontem à noite que vai fazer campanha para Alckmin como militante em São Paulo e "onde for necessário".
Na mesma festa, o futuro vice-governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), disse que a gestão de Serra continuará o trabalho feito e em continuidade com o PFL. Em relação às primeiras medidas na área de segurança, uma das mais frágeis do Estado, destacou a necessidade de integração das polícias e dos serviços de inteligência.
Sobre sua futura gestão, Serra disse que fará um governo popular "Será um governo voltado ao desenvolvimento social, econômico de São Paulo e do Brasil. Nós faremos sentir o peso do governo do Estado como voz dos paulistas pelo desenvolvimento da produção, da prosperidade e do emprego."

Votação
Calmo e de bom humor, Serra já falava em vitória por volta das 12h de ontem, quando foi votar no colégio Santa Cruz, no Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo. "A minha expectativa é de vitória neste turno. E que o governador Alckmin vá para o segundo turno", disse.
Serra chegou à escola com Geraldo Alckmin. Aplaudido, enfrentou um grande tumulto -uma mulher caiu quando fotógrafos e cinegrafistas se empurravam para tentar se aproximar do candidato. Duas pessoas ficaram levemente feridas.
Além de Alckmin, acompanharam Serra na votação seu vice, Alberto Goldman, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, além do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), e o secretário municipal das Subprefeituras, Andrea Matarazzo. A mulher de Serra, Mônica, a filha, Verônica, e o neto, Antonio, estavam na van que transportou os tucanos.
Serra votou em exatos 56 segundos. Ao sair, cumprimentou eleitores na porta da escola. "É o melhor ministro da Saúde", disse uma mulher a ele.
"Hoje é dia de o povo falar, hoje não falam os candidatos, hoje fala o povo através das urnas", disse Serra.
Pela manhã, questionado sobre como seria um segundo turno nas eleições presidenciais, Serra cutucou o PT. "Do nosso lado não haverá nenhuma baixaria. Se baixaria houve, nunca partiu do PSDB e não partirá", disse.
Após votar, Serra e parte do grupo acompanharam Verônica, a filha do candidato, até uma escola no Morumbi, onde ela vota. O casal Serra voltou à casa da família para almoçar.
O vice de Serra atacou o PT ao chegar à casa do tucano. Falou da prisão de integrantes do partido envolvidos na compra do dossiê. "A prisão dos petistas é prisão normal de bandidos."


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